Por Claudia Weinman, para Desacato.info.
No dia 20 de outubro, um requerimento de informações foi encaminhado ao Prefeito Hélio José Daltoé (PMDB) de Descanso, interior do estado de Santa Catarina, solicitando dados sobre uma máquina que permaneceu por mais de um ano e meio sob avaliação na cidade de Chapecó-SC, tendo suas peças desmanchadas. Após passar o prazo de resposta, vereadores aguardam um posicionamento já que, tramita na Câmara um projeto para venda da mesma máquina
O vereador Alfonso Tessaro (PT), seguindo as orientações dos também vereadores Ilda Maria Agustini Trevisan (PT), Clair Peres (PT) e Valdecir Casagrande (PSDB), encaminhou ainda no dia 20 de outubro, à Prefeitura de Descanso-SC, um requerimento de informação, solicitando dados a respeito de uma máquina pá-carregadeira escavo carregador, marca YALE, modelo 1900-B, ano 1997, que permaneceu, segundo o vereador, por mais de um ano e meio no município de Chapecó-SC. No entanto, Tessaro ressaltou que o prefeito Hélio José Daltoé por meio do departamento responsável, teve prazo até o dia 20 de novembro para responder ao documento e não o fez.
Tessaro ressalta que esta máquina é de propriedade do poder público municipal, e teria sido levada até o município de Chapecó para passar por um processo de avaliação e orçamento. No dia 25 de setembro, uma matéria foi divulgada após o prefeito se omitir diante de uma denúncia, segundo a qual, levantava o questionamento de o porquê esta máquina teria permanecido por mais de um ano fora do município, e mesmo em estado de desmanche das peças, nenhum conserto teria sido realizado para justificar a demora.
No requerimento de informação, Tessaro destaca que foi solicitado um esclarecimento sobre se houve um orçamento desta máquina antes de ter sido levada até Chapecó e qual o seu valor, dia, mês e ano que a máquina foi transportada para Chapecó, a maneira como ela foi transportada, bem como se houveram custos de desmanche da máquina, despesas com aluguel, período em que ela retornou ao município entre outras informações.
Projeto de venda da máquina
Na última sexta-feira, dia 20, o vereador Tessaro pediu vista de um projeto que tramita na Câmara de Vereadores e prevê a venda da máquina.O vereador argumentou que não seria coerente aprovar um projeto que possibilita a venda da máquina sem antes o prefeito responder ao requerimento que foi encaminhado ao poder público.
Tessaro ressalta que ele e outros vereadores estiveram no parque de máquinas do município nos últimos dias e constataram que a máquina não está funcionando, portanto, segundo ele, não pode ser vendida sem que o prefeito esclareça a situação.
Em contato com o prefeito de Descanso, Hélio José Daltoé (PMDB), ele argumentou que estava muito ocupado para atender a ligação, e quando soube de qual assunto tratava a matéria, destacou que não se manifestaria, momento em que grosseiramente desligou o telefone.
O vereador Tessaro enfatiza que a população quer saber o que aconteceu com a máquina em Chapecó, quer ter a transparência dos gastos, já que, trata-se de um bem público. “Estamos preocupados e vamos continuar insistindo. Se essa máquina está com problemas não pode ser vendida. Apenas queremos um esclarecimento, começando pelas respostas ao requerimento de informação que ainda não nos foi respondido”, finalizou Tessaro.
Omissão
Ao acompanhar este caso desde o mês de agosto deste ano, torna-se relevante falar da matéria divulgada em setembro, onde o prefeito já havia negado esclarecimento. “O que tu quer saber, não tenho nada a responder”, disse ele na ocasião.
O prefeito negou-se a responder alguns questionamentos justificando que a função dele é atuar dentro do gabinete e não observar o que acontece nas demais secretarias. “Não tava nada funcionando, tem um monte de problema, pelo que o secretário relatou para mim. Prefeito trabalha no gabinete, né? não trabalha lá no parque de máquinas”, argumentou Daltoé à época.
Ainda, ao solicitar informações sobre o período que a máquina ficou em Chapecó, Daltoé afirmou “Não lembro de cabeça. Foi o secretário, não foi o prefeito”. O prefeito prosseguiu salientando que quem poderia repassar os dados era o setor de Contabilidade da prefeitura. “Setor contábil que faz a parte de orçamentos. Prefeito trabalha no gabinete como eu te falei antes”, frisou.
Ao fazer contato com o setor apontado pelo prefeito, não houve respostas. O caso continua sendo uma incógnita para a população Descansense. Porque tanto receio em mostrar transparência sobre uma máquina? Será que existe algum grande interesse que ao ser questionado recuou? Perguntas, perguntas, a população quer saber!