ODiário.info.- Nota dos Editores
As manifestações de 2 de Março – na sequência de importantes lutas sectoriais dos trabalhadores e das populações e da marcante jornada de 16 de Fevereiro convocada pela CGTP em 24 cidades do país – confirmam a ampla rejeição popular da política das troikas e o total isolamento dos seus executantes actuais.
Muitas e muitas centenas de milhares de portugueses vieram à rua afirmar que não suportam mais o roubo de direitos, a brutal extorsão de salários e pensões, a precariedade e o desemprego, a humilhante subordinação do interesse nacional perante a usura do grande capital financeiro, a condenação do país à dependência e à miséria para encher os cofres da banca e pagar o custo das suas operações fraudulentas.
Com enorme expressão em Lisboa e Porto, estas manifestações realizaram-se em praticamente todo o país. Para quem as tenha acompanhado directamente, e utilize os termos do marxismo para as caracterizar, elas foram a imagem indesmentível da mobilização convergente de todas as classes e camadas anti-monopolistas, de todos aqueles a quem a política de direita há anos vem flagelando com crescente agressividade.
É hoje esmagadora a reivindicação da demissão do governo Passos/Portas e a rejeição da cega e brutal “austeridade” imposta pela troika estrangeira e subscrita pela troika nacional. O povo está unido nesta rejeição, e é ao som das canções de Abril e das suas palavras de ordem que o afirma. Há ainda muito caminho a andar. Mas quando o povo estiver tão unido em relação ao quer como hoje está em relação ao que não quer, terá de novo tomado nas mãos o seu próprio destino.