Porto Alegre vive quarta noite consecutiva de protestos contra o golpe

Por Marco Weissheimer.

Pelo quarto dia consecutivo, Porto Alegre viveu uma noite de protestos contra o golpe parlamentar que afastou a presidenta Dilma Rousseff e instalou no poder o governo do até então interino Michel Temer. Menor do que as duas anteriores, a manifestação desta última sexta-feira (02/09) mobilizou algumas centenas de participantes e, provavelmente, o maior contingente de efetivos da Brigada Militar, que acompanhou o ato desde o início da caminhada pela avenida Borges de Medeiros. Convocada individualmente por alguns manifestantes por meio do Facebook, a manifestação reuniu estudantes secundaristas e universitários, professores e representantes de outras categorias que não conseguiram participar dos dois maiores atos, realizados na quarta e na quinta-feira.

Desde a Borges de Medeiros, os manifestantes foram acompanhados por um pelotão do choque da Brigada que ia acompanhando toda a caminhada. Após o viaduto da Borges, um morador de um prédio foi para a sacada com uma bandeira dos Estados Unidos para provocar os manifestantes e foi saudado com os gritos de “sem noção, sem noção”. A caminhada tomou a direção da Cidade Baixa, sempre acompanhada por um pelotão de Choque e por um helicóptero da Brigada Militar que, voando a baixa altura, lançava um facho de luz sobre os manifestantes.

O momento mais tenso ocorreu quando os manifestantes ingressaram na avenida João Pessoa. Em frente à sede do PMDB, dois pelotões do batalhão de choque aguardavam a passagem dos manifestantes. A ação era coordenada pelo tenente-coronel Mario Ikeda, do Comando de Policiamento da Capital. Quando a manifestação se aproximava da Venâncio Aires, um oficial da Brigada deu um comando pelo rádio e as luzes dos postes daquele trecho na João Pessoa imediatamente se apagaram. Mas a marcha passou pela sede do PMDB sem qualquer problema e ingressou na Venâncio Aires.

Dali em diante, alguns manifestantes lançaram pedras em vidraças de agências bancárias e viram contêineres de lixo, como ocorreu na noite anterior. A Brigada Militar lançou bombas de gás para dispersar os manifestantes que seguiram pela José do Patrocínio e depois para o Largo Zumbi dos Palmares, onde o ato terminou por volta das 22 horas.

Após o término do ato, alguns manifestantes levantaram a suspeita, na página do evento no Facebook, sobre a presença de infiltrados para provocar atos de violência, suspeita esta que foi objeto de conversas no início da concentração na Esquina Democrática. Os atos de terça, quarta, quinta e sexta foram convocados por pessoas e coletivos diferentes, indicando que há uma disposição em permanecer na rua contra o governo de Michel Temer. No início da concentração para a manifestação desta sexta, algumas pessoas disseram que estavam ali porque não tinham conseguido participar dos protestos nos dias anteriores. E, no final da noite desta sexta, na página que convocou o evento, algumas pessoas perguntavam: amanhã vai ter de novo?

Foto: Reprodução/SUL 21

Fonte: SUL 21

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