Os dias passam e vou cada vez mais me convencendo que está em andamento um projeto – racional ou não – que vai transformar (se já não conseguiu) Porto Alegre na cidade mais chata do Brasil. Poderia começar pelo depressivo passeio nas ruas esburacadas e na falta de zeladoria, responsabilidade da Prefeitura. Podia falar do crime contra a cultura popular. Mas vou começar pelo reveillon.
Enquanto víamos festa por todo país na virada do ano, na nossa cidade era só cri-cri-cri. Não estou pedindo verba pública em fogos, mas uma tentativa ao menos do poder público de dar uma opção ao cidadão. Nada. Não houve qualquer esforço em permitir que as pessoas – especialmente os mais pobres e que não podem fugir deste cemitério da alegria – pudessem celebrar a chegada de 2018. Talvez porque haja pouco o que celebrar por aqui.
Hoje vai haver mais uma etapa neste projeto de ampliar a chatice em Porto Alegre. A Brigada Militar quer mudar o carnaval da Cidade Baixa, talvez a melhor, mais democrática e mais espontânea festa que temos. A ideia é acabar com os blocos na João Alfredo, Lima e Silva e República e levá-los para outro lugar. Só que o problema apontado não está nos blocos, mas no próprio poder público. Em 2017, os blocos cumpriram sua parte. Encerraram cedo e fizeram a sua dispersão.
Para ajudar a prejudicar, a Prefeitura Municipal inventou uma taxa para o uso da rua para atividades. Ou seja, ao invés de incentivar que o cidadão se reúna na rua e gere mais segurança, a atual gestão está pedindo cerca de R$ 10 mil para que qualquer evento possa ocorrer em via pública. Não vejo problemas para eventos patrocinados, mas isto está valendo para tudo e os relatos são assustadores.
Como não quero fazer texto muito longos, não vou nem falar do abandono do carnaval das Escolas de Samba e do Porto Seco (cuja existência mostra que o projeto da chatice da cidade vem de longo tempo). Vinícius de Moraes só cunhou o equivocado epíteto de Túmulo do Samba para São Paulo por não ter tido a oportunidade de conviver com a Porto Alegre de 2018. Estamos nos transformando no Túmulo da Alegria.
Vamos resistir com felicidade.
Duvido muito. De um giro na cidade onde toda rua parece te levar a um cemitério. Este lugar horroroso chama-se Atibaia. Mudei na pandemia e já estou zarpando fora, picando a mula como queira pq isto aqui é só para pessoas muito mas muito mas muito chatas. Credo. Lugar que vale a pena passar e fechar os olhos para não ver tanta feiura e mal gosto. Lugar péssimo de gente “feliz” de uma felicidade que exala chatice e péssimo gosto. Este é o pior lugar do Brasil…muito pior que POA