No último domingo (05) venceu no Chile o voto “não” no plebicito para nova constituinte, rejeitada por 61,8% dos votantes, o equivalente a 7,8 milhões pessoas.
Recebemos no JTT – A Manhã com Dignidade, Nádia Ávalos, conselheira metropolitana das comunas de Maipú, Cerrilos e Estacíon Central no Chile, onde habitam quase um milhão de pessoas.
Segundo Nádia, a esquerda sofreu uma grande derrota. Com base numa análise preliminar, avalia o que levou o povo a votar contra a proposta de constituição que foi construída massivamente e com grande representatividade da população.
Houve uma campanha sem precedentes na história do Chile contra a proposta constitucional. Os meios de comunicação tiveram um papel central para instalar o medo em relação à proposta. Por exemplo, se disse que com a nova constituição as pessoas não seriam mais proprietárias de suas casas, não teriam mais o direito de escolher a escola de seus filhos, etc. Além da política de temor, buscou-se desprestigiar e boicotar a Assembleia Constituinte, com uma maioria de representação da esquerda partidária e de muitos independentes. A direita possuía apenas 1/3 de representação.
Os setores da direita querem que esse processo de reformas na constituição se dê através do parlamento e do senado (onde possuem maioria) para que não se modifique nada de fundo, diz Nádia.
São grandes os desafios do Chile para avançar com o programa de governo do recém eleito presidente Gabriel Boric, que não possui maioria no congresso. Segundo Nádia, “precisamos ser capazes de visualizar quais foram os erros da própria esquerda (…) porque é também responsabilidade da esquerda essa derrota”.
Nádia finaliza a entrevista dizendo: “A derrota nos dói muito, mas somos os sobreviventes da ditadura, fomos capazes de levantar-nos quando quiseram nos exterminar e, com maior razão agora, porque uma batalha não é uma guerra completa e temos que reverter isso (…) nos levantamos e nos levantaremos mil vezes”
Assista à entrevista completa no link abaixo: