Há tantos caminhos, atalhos e becos, alguns conduzem à pura alegria, outros ao infortúnio, à profunda incerteza.
O andarilho escolhe os trajetos conforme caminha, sem tanto pensar, ele simplesmente segue e depois regressa, em geral, ao mesmo ponto.
Os peregrinos escolhem o desconforto e a escalada, seguem testando limites e submetendo o corpo ao caminho, pois importa mais o percurso que o ponto de chegada.
Os caminheiros da vida comum – esperançados – planejam suas jornadas, escolhem os melhores itinerários, escapam ao cansaço extremo, planejam paradas, porque seu propósito é chegar bem ao destino.
Mas qual é, ou quais são os destinos? Eles vinculam-se às expectativas de cada um, de cada uma, em suas subjetividades e perspectivas, por vezes tornam-se apenas o ponto de partida.
E por onde andar? Há uma resposta, nem sempre adequada à pergunta, porque ela é sua, minha, nossa, delas ou deles… assim como a escolha de ir adiante ou fixar-se no conforto de não querer mover-se, persistindo na tranquilidade da dúvida.
Porto Alegre, RS, 04 de março de 2023.
Por Roberto Liebgott, para Desacato.info.
Roberto Antônio Liebgott é Missionário do Conselho Indigenista Missionário/CIMI. Formado em Filosofia e Direito.