João Victor, de 13 anos, foi espancado em frente à unidade da rede de fast food da Vila Nova Cachoeirinha, zona norte da capital paulista
Sílvia Helena Croti, que trabalha como catadora de material reciclável, afirma ter sido um segurança contratado pelo Habib’s o responsável pela morte do garoto João Victor, de 13 anos, no último domingo (26), na Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte de São Paulo. Entretanto, os policiais militares que atenderam a ocorrência não quiseram ouvir seu depoimento.
Em entrevista à Rádio Brasil Atual na manhã desta quinta-feira (2), Ariel de Castro Alves, advogado e membro do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Condeca), disse que a discriminação por parte dos policias prejudicou a solução do caso. “O registro do caso foi feito às 4h da manhã da segunda-feira (27), mas os PMs dispensaram a testemunha. Ela ofereceu o depoimento, mas eles disseram que ‘por ela ser moradora de rua, não poderia comparecer (à delegacia para depor)’. É uma discriminação de policiais despreparados, que tratam os pobres como nada. Se ela fosse levada e reconhecesse o autor, eles seriam presos em flagrante e o caso, solucionado”, disse.
Segundo Ariel, o Condeca irá pedir à ouvidoria da PM que instaure um procedimento e acione a Corregedoria da Polícia Militar para apurar a atitude dos soldados.
Além disso, o advogado que assessora a família de João Victor também contesta a demora para o inquérito ser instaurado. “Só quarta (1º) que foi instaurado, quando a 28ª Delegacia, responsável pelo caso, abriu. Isso é inadmissível, um processo de uma morte parado porque a polícia está no feriado de carnaval”.
Em nota, o Habib’s afirma que o garoto portava um pedaço de pau e, ao fugir, morreu repentinamente. No relato, a testemunha nega e diz que a criança sempre foi tranquila e ia ao restaurante para pedir comida.
Hoje, às 19h, familiares do garoto farão um ato em frente à unidade do Habib’s em que ocorreu o crime.
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Fonte: Rede Brasil Atual.