De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado dia 26 de março, em torno de uma em cada oito do total de mortes globais são um resultado da exposição àpoluição do ar. Isso que dizer que sete milhões do total de mortes que ocorrem todos os anos tem como fator de risco a poluição atmosférica.
Os novos dados desafiam informações anteriores sobre poluição atmosférica. Esse número de sete milhões duplica a estimativa anterior de mortes causadas poluição do ar anuais, tornando esse problema o maior risco de saúde ambiental no mundo.
A contribuição da poluição do ar para o desenvolvimento de doenças respiratórias é bem conhecida, mas os resultados da OMS também enfatizam uma conexão mais robusta entre poluição do ar e as doenças cardiovasculares ou câncer.
A organização também afirma que os novos números são mais precisos do que as estimativas anteriores, não só porque hoje em dia se sabe mais sobre as doenças influenciadas pela poluição do ar, mas também porque as novas tecnologias permitem melhores medições da exposição humana à poluição do ar.
Segundo os especialistas da Organização Mundial de Saúde, a poluição do ar excessiva muitas vezes é um subproduto de políticas insustentáveis em setores como transportes, energia, gestão de resíduos e indústria.
O estudo descobriu que os países com a poluição do ar mais elevada foram aqueles de renda baixa e média no sudeste da Ásia e regiões a oeste do Oceano Pacífico. Um total de 3,3 milhões de mortes foi relacionado à poluição do ar no interior desses países, e 2,6 milhões de mortes foram relacionadas à poluição do ar.
A avaliação da OMS também fez uma lista de motes por doenças que tem influência da poluição do ar, separando entre exposição interna – como pessoas que trabalhando expostas a fornos de carvão ? e exposição externa, que é a poluição do ar comum:
Mortes causadas por poluição exterior:
– Doença isquêmica do coração – 40%;
– Infarto – 40%
– Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) – 11%
– Câncer de pulmão – 6%
– Infecções respiratórias agudas em crianças – de 3%.
Mortes causadas por poluição interior:
– Infarto – 34%
– Doença isquêmica do coração – 26%
– DPOC – 22 %
– Infecções respiratórias agudas em crianças – 12%
– Câncer de pulmão – 6%
Conheça os 10 maiores fatores de risco para doenças
Um conjunto de estudos recentemente publicado na revista científica The Lancet apontou que embora as pessoas estejam vivendo mais, a qualidade de vida decaiu. O principal motivo para esse quadro é a adoção de hábitos pouco saudáveis ao longo da vida e a convivência com doenças na velhice, principalmente as crônicas. Frente a esse cenário, a pesquisa listou os 10 maiores fatores de risco para doenças. Observe que todos podem ser controlados ou evitados com medidas simples e, por isso, cada vez mais, órgãos e profissionais de saúde têm trabalhado para acabar com a mentalidade de que médicos só devem ser procurados ao sinal de problemas. “Para reduzir os gastos e melhorar a qualidade de vida da população, nada melhor do que prevenção”, afirma o pneumologista Ricardo Luiz de Melo, do Hospital Universitário de Brasília. Confira a lista:
Hipertensão
“A hipertensão é uma doença silenciosa, ou seja, quando apresenta sintomas já pode ter causado danos irreversíveis ao organismo”, aponta o clínico geral Claudio Miguel Rufino, da Escola Paulista de Medicina da Unifesp. Segundo ele, o trabalho dos vasos sanguíneos sob pressão anormal favorece uma série de complicações que podem culminar em infarto, AVCou até óbito. Por isso, recomenda-se medir a pressão arterial uma vez por ano ou com maior frequência, quando há casos de pessoas com a doença na família. Dieta equilibrada e prática regular de exercícios também são medidas eficazes para controle e prevenção da hipertensão.
Tabagismo
Segundo o pneumologista Ricardo, é normal as pessoas associarem o tabagismo apenas ao câncer de pulmão, mas esta não é a única consequência decorrente do hábito de fumar. “Câncer de boca, câncer de bexiga, câncer de útero, infarto, bronquite, AVC e inúmeras outras doenças estão ligadas ao cigarro”, aponta. Assim, quanto antes o hábito for interrompido, maior a chance de melhorar a qualidade de vida. Vale lembrar ainda que os benefícios do abandono do vício não são refletidos somente no futuro. “É possível notar a melhora do gosto dos alimentos e uma maior resistência respiratória logo nos primeiros dias sem cigarro”, conta.
Alcoolismo
O alcoolismo costuma ter como principal órgão alvo o fígado, causando cirrose. Entretanto, a ingestão exagerada pode gerar problemas como gastrite e até quadros psiquiátricos. A dependência não está relacionada somente com a frequência com que um indivíduo consome bebidas alcoólicas, mas também com a quantidade. Assim, mesmo bebendo uma vez por semana, uma pessoa pode ser considerada vítima da doença caso não tenha qualquer parâmetro de moderação. De acordo com o clínico-geral Claudio, por ser socialmente aceito, o consumo de álcool começa a ser incentivado pela família ainda na infância.
Poluição dentro de casa
É impossível eliminar todos os agentes desencadeadores de problemas respiratórios, como a rinite alérgica, em uma cidade urbanizada, por isso, devemos, pelo menos, manter a limpeza do lar em dia. “A poluição externa também se deposita dentro de casa e nós mesmos somos responsáveis pelo acúmulo de pó, ácaros e pelos, alguns dos principais vilões quando o assunto é saúde respiratória”, explica o pneumologista Ricardo. Assim, além da higiene dos móveis, objetos e do chão, recomenda-se trocar as roupas de camaregularmente.
Fonte: Cellula Mater