Um terço dos assassinatos ocorridos na cidade de São Paulo no primeiro semestre deste ano tiveram como autores policiais civis e militares, segundo levantamento do Instituto Sou da Paz, com base nas estatísticas divulgadas pelo governo do Estado.
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Ao todo, o período registrou 581 mortes violentas (homicídios, latrocínios e lesões seguidas de morte), das quais 197 (34%) aconteceram pelas mãos da Polícia. É o maior índice desde 2010. Em contrapartida, também no primeiro semestre, morreram 11 policiais, mesmo número do ano passado e redução de quase 70% em relação a 2010, entre janeiro e junho.
Outro dado copilado pelo instituto mostra que, dos 163 policiais assassinados nos primeiros semestres de 2010 a 2019, 77% foram mortos durante a folga.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que divulgou os dados nesta terça-feira (24), o ouvidor das polícias no estado, Benedito Mariano, considerou a letalidade policial “muito alta”. Ele acredita que a situação pode piorar se o Congresso Nacional aprovar o projeto anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro, que prevê o “excludente de ilicitude” – na prática, uma carta branca para policiais matarem sem ter que responder por isso.
“Sou crítico ao projeto, porque vai levar a uma maior aumento da letalidade policial. O que defendo é que, de forma urgente, devemos centralizar no órgão corregedor as apurações de letalidade policial”, disse Mariano ao jornal.