Polícia foi responsável por mortes em Odessa, diz governo da Ucrânia

Autoridades afirmam que ofensiva no leste do país deve continuar, mesmo após mortes

pró-russoA polícia foi a responsável pela morte de 46 pessoas na sexta-feira (02/05) na cidade de Odessa, segundo declarou o primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, neste domingo (04/05).

“Se os órgãos de segurança funcionassem, então os terroristas deveriam ter sido neutralizados”, disse Yatseniuk, citado pela imprensa local. O primeiro-ministro fez estas declarações durante reunião em Odessa com um grupo de ativistas, agendada para conhecer sua posição sobre os combates que eclodiram na sexta-feira e originaram a tragédia que abalou a cidade banhada pelo Mar Negro.

Kiev acusa a polícia local de ter sido incapaz de manter a ordem pública e de não ter agido para impedir o choque entre os manifestantes pró-Rússia e os que defendem o governo ucraniano. Segundo Yatseniuk, os acontecimentos de sexta-feira serão investigados por um grupo especial da Procuradoria-Geral, responsável por “encontrar todos os líderes e organizadores” dos distúrbios.

A Ucrânia declarou luto durante dois dias pelos mortos de Odessa, a maioria dos quais eram separatistas que se escondiam da polícia no prédio sindical que foi incendiado. Dezenas de milhares de habitantes da cidade foram hoje para as igrejas para homenagear os mortos, enquanto muitos depositaram ramos de flores em frente à Casa dos Sindicatos.

Hoje, a polícia libertou dezenas de manifestantes pró-Rússia detidos em Odessa após cerca de mil pessoas terem atacado a sede do Ministério do Interior na cidade. Os ativistas foram recebidos por familiares, amigos e simpatizantes com gritos de “Odessa, cidade russa”, segundo a imprensa local. Os ativistas haviam sido presos após os enfrentamentos e o incêndio de sexta-feira.

Os separatistas acusam o lado contrário de incendiar o edifício ao lançar coquetéis molotov e outros artefatos explosivos caseiros, enquanto a polícia diz que os pró-russos também lançaram objetos e dispararam de dentro da Casa dos Sindicatos contra a multidão.

A Rússia classificou o ocorrido como “bárbaro assassinato”  e o chanceler, Serguei Lavrov, chegou a pedir ao secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que os EUA usem sua influência para obrigar a Ucrânia a interromper as operações no leste do país.

Ofensiva vai continuar

O governo da Ucrânia, por sua vez, não parece disposto a interromper as tentativas de recuperar o controle das cidades onde os separatistas são mais ativos. Neste domingo, secretário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional, Andrei Parubiy, garantiu que as operações contra as fortificações pró-Rússia vão continuar.

“Quando concluirmos a operação em Slaviansk e Kramatorsk, lançaremos operações em outras cidades onde os extremistas e terroristas ignoram a legislação ucraniana e ameaçam a vida dos cidadãos ucranianos”, disse Parubiy à televisão do país.

Segundo fontes insurgentes, seis pessoas teriam morrido – dez, de acordo com a televisão russa – durante a operação contra a cidade de Kramatorsk, perto de Slaviansk, a principal praça forte pró-russa em Donetsk, além dos 46 mortos de Odessa.

Fonte: Opera Mundi.

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