A polícia militar em São Paulo, que recentemente nos lembrou o racismo dos policiais supremacistas estadunidenses, ao sufocar um entregador que estava em luta contra suas péssimas condições de trabalho e espancar e torturar uma mulher de 51 anos, mostra seu caráter assassino ao ter um aumento de 10% em sua letalidade em plena pandemia.
Os dados desse aumento são da própria Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) e, mesmo subnotificados pois sabemos que há uma série de desaparecidos e assassinados pela polícia que não entram nesses registros, indicam que a polícia matou mais de abril a junho em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram 109 assassinatos em 2019 para 120 em 2020.
Os governantes tucanos têm um histórico repressivo brutal na capital, principalmente em suas áreas periféricas, e também nas cidades que compõem a Grande São Paulo. Essa realidade ficou comprovada pelos dados trimestrais, onde a taxa de mortes realizadas pela polícia cresceu principalmente na zona leste.
Essa tradição assassina é garantida pela frota de policiais militares que estão nos topos dos rankings das polícias mais assassinas do mundo e é preparada por João Dória para ter um braço ainda mais duro contra os negros, os pobres e os trabalhadores que saírem em luta nesses tempos de crise, como já vemos com esse aumento em meio a pandemia.
Essa polícia que “atira para matar” é a marca do governo do PSDB no estado e está sendo aprimorada em seus métodos de repressão, como o recente programa que acopla câmeras nos uniformes dos policiais,mas que, não por um acaso, exclui desse programa os setores reconhecidamente mais letais.
Afinal querem filmar a população que se rebela contra a miséria e a pobreza, as negras e negros, os trabalhadores que se chocam com a ordem exploratória para defender seus direitos, mas não querem filmar os policiais que abordam os jovens negros com tapas na cara e todo o tipo de violência ou, menos ainda, os policiais que sequestram e assassinam com total liberdade cedida por Dória, Covas e todos os setores patronais que se beneficiam dessa repressão.
Essa instituição racista só serve para proteger os interesses dos grandes empresários e seus aliados que governam, por isso devem ter fim. A polícia assassina é o braço armado de um Estado, que assegura a “ordem”, que nada mais é do que a exploração e opressão dos trabalhadores e povo pobre, de maioria negra em nosso país.
Tomemos como exemplo os milhares de jovens negros que saíram as ruas de Minneapolis que pedem não a “reforma da polícia”, não a sua “humanização”. Devemos por abaixo essa instituição decomposta e destruí-la.