Amanhã,
que por certo não estará longe,
quando a fumaça se desvanecer,
quando o pranto emudecer,
e outras manchetes ocuparem os noticiários,
para o delírio financeiro dos bolsos midiáticos,
as boates voltarão a serem “Kiss”,
os alvarás continuarão amarelados nas paredes,
os extintores continuarão enfeitando,
os empresários continuarão subornando,
os políticos acalmarão seus fricotes oportunistas,
as autoridades cessarão seus pulinhos frenéticos,
amanhã,
tudo voltará ao cínico “normal”.
E, começará a nova contagem regressiva,
para as próximas lágrimas que de novo cavarão,
doloroso curso nas faces entristecidas de solidão.
Continuarão as mesmas insensíveis tramas,
provocando novos torturantes dramas.
Hoje,
na indesejável presença de pessoas de caráter vil,
a angustiante ausência de um amor que partiu.
Paulo Ferreira de Oliveira (Professor, Florianópolis/SC)