PMs matam jovem no aniversário e vídeo revela ‘possível execução’

Por Caê Vasconcelos.

Rogério Ferreira da Silva Júnior completou 19 anos neste domingo (9/8), o último da sua vida. Segundo familiares, ele havia saído de sua casa, no Parque Bristol, na zona sul da cidade de São Paulo, dirigindo sua motocicleta, para encontrar um grupo de amigos com quem pretendia comemorar. Na Avenida dos Pedrosos, às 17h50, foi abordado por policiais militares, da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) do 46º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, e morto com um tiro.

Um vídeo obtido pela reportagem mostra o que seria o momento da morte de Rogério. Três motocicletas aparecem nas imagens do circuito de segurança, duas com PMs e uma com Rogério. O jovem diminui a velocidade da moto até parar. No momento seguinte um dos policiais atira em Rogério, que cai.

O caso é acompanhado pela Rede de Proteção e Resistência Contra o Genocídio, articulação de movimentos e pessoas que luta contra a violência de Estado nas periferias, que afirma ter cobrado providências do Ministério Público Estadual.

Rogério foi morto durante ação da PM no dia em que completou 19 anos | Foto: Arquivo pessoal

A Ponte mostrou o vídeo para o advogado Ariel Castro, conselheiro do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), que identificou ali sinais de uma possível execução. “Aparentemente, o rapaz estava parando a moto, diante da perseguição policial, quando é alvejado. Em princípio, a vítima não esboçou nenhuma reação. Pelas imagens, teria ocorrido uma possível execução. É um homicídio, que precisa ser investigado pela Polícia Civil e pela Corregedoria da PM para que todas as circunstâncias da ação sejam esclarecidas”, aponta.

Familiares de Rogério afirmam que ele não estava armado e foi assassinado pelos policiais. A mãe del, Roseane da Silva Ribeiro, afirma que policiais não deixaram ela chegar perto do filho. “Eu estava em casa quando um amigo dele foi avisar, foi perto de casa. Quando eu cheguei lá, ele já estava caído no chão e não queriam deixar a gente socorrer.” Seu filho, segundo ela, trabalhava em uma empresa de logística.

A Ponte procurou as assessorias da Secretaria da Segurança Pública e da Polícia Militar e aguarda posicionamento. O caso está sendo registrado no 26º DP (Sacomã).

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