Durou apenas quatro dias a prisão do soldado da Polícia Militar Henrique Dias Bueno de Araújo, que matou com um tiro na cabeça o ambulante Carlos Augusto Muniz Braga, na última quinta-feira (18). O crime ocorreu durante a Operação Delegada para apreender mercadorias ilegais na Lapa, zona oeste de São Paulo.
Em depoimento à polícia, Araújo disse que o disparo foi “acidental”. A Justiça emitiu um alvará de soltura em favor do PM na sexta-feira (19) e ele saiu do presídio militar Romão Gomes na noite desta segunda-feira (22).
Imagens gravadas por pessoas que estavam no local do crime mostram o momento em que o pm dispara, com a mão direita, contra o rosto do ambulante, que morreu antes de chegar no hospital.
Ao decidir pela soltura do policial, a juíza Eliana Cassales Tosi de Melo, da 5.ª Vara do Júri do Foro Central Criminal de São Paulo, argumentou que o disparo se deu durante ação policial e que Araújo voltou-se à vítima “após ter tido aparentemente seu braço esquerdo bruscamente puxado por ela”.
Antes de o vídeo vir a público, a PM chegou a afirmar que o policial havia feito um disparo acidental após ser encurralado.
Bons antecedentes?
Um dos argumentos que a Justiça utilizou para libertar o soldado Araújo foi de que ele “não tem maus antecedentes.” No entanto, segundo a própria assessoria de imprensa da Polícia Militar, o oficial responde por ter matado um morador de rua em março deste ano em São Paulo.
Ainda segundo a PM, o soldado chegou a ser afastado das ruas, participou de um programa de apoio psicológico e depois retornou ao trabalho policial em contato com a população.
Fonte: Brasil de Fato
Foto: Reprodução