Por Wilfredo Alayón.*
Cuba celebrará no próximo 19 de abril 55 anos da vitória da Playa de Girón sobre força invasora equipada, treinada e financiada pelo governo dos Estados Unidos.
Será lembrado um dia transcendente da historia do continente com a primeira grande derrota militar estadunidense na América e símbolo da decisão dos cubanos de decidir, por eles mesmos seu destino.
Desde o triunfo das forças guerrilheiras lideradas por Fidel Castro em 1o de janeiro de 1959, a administração estadunidense vê com extremo desagrado as disposições adotadas pelos dirigentes do novo Estado que emergia.
Entre as muitas decisões adotadas para beneficiar a população, a lei mais significativa foi a de Reforma Agrária, que expropriou a terra de numerosos latifundiários nacionais e de consórcios estrangeiros, especialmente estadunidenses.
Washington começou a pressionar e agredir economicamente a Cuba com fortes medidas como a anulação da cota açucareira, proibição de exportar peças de reposição além de cortar o abastecimento de petróleo.
Como complemento, os governantes de EUA implantaram um rigoroso e férreo bloqueio econômico vigente ainda hoje apesar de transcorrido o ano 16 do terceiro milênio, medida que entorpece o comercio com La Habana.
Em março de 1960, o então presidente Dwight Eisenhower ordenou à Agência Central de Inteligência (CIA), financiar, recrutar e treinar uma força de exilados cubanos em território estadunidense para invadir Cuba.
A tropa, que simulava as unidades de assalto anfíbio do exército de EUA, com a denominação de Brigada 2506, a que se incorporaram modernos equipamentos como blindados, armas automáticas e uma trintena de aviões.
Depois de vários estudos a CIA escolheu para território para a invasão uma franja de praia na Ciénega de Zapata, região situada ao sul da província ocidental de Matanzas, com pouca população e poucas vias de acesso.
O Pentágono e a CIA concordaram com batizar de Pluto essa operação cujo objetivo era, depois do desembarque, isolar uma zona, estabelecer uma cabeça de praia e formar um governo que pediria auxílio a Estados Unidos.
A invasão começou na madrugada de 17 de abril de 1961 por Playa Larga, no arco superior da Bahia de Cochinos, e pela Playa Girón, no flanco direito da baía.
Os invasores chegaram de Puerto Cabezas, na Nicarágua, em cinco navios mercantes artilhados e batizados Houston, Atlantic, Rio Escondido, Caribe e Lake Charles, além de duas unidades LCI empregadas pela marinha estadunidense. Também dispunham de duas barcaças LCU para transporte e desembarque de equipamentos pesados e outras quatro embarcações tipo LCVP para carga e transporte de pessoal.
Depois de cruentos combates, as forças cubanas dirigidas por Fidel Castro no próprio cenário da batalha, esmagaram os invasores e libertaram Girón, ultimo reduto do inimigo em 19 de abril, em menos de 72 horas.
A força agressora teve um total de 88 mortos e 1.197 prisioneiros, enquanto da parte cubana caíram 155 combatentes e um número indeterminado de feridos.
Cienaga de Zapata atualmente
A Ciénaga de Zapata é uma zona agreste em que se situa o maior e melhor conservado pântano do Caribe insular; conta com mais de nove mil habitantes em uma vintena de comunidades e 4.520 quilômetros quadrados de extensão.
Tais características demográficas e geográficas fazem dela o maior município em extensão e também o menos povoado do país. A natureza é exuberante, com flora rica e abundante fauna e conta com três espécies de aves nativas: la Gallinuela de Santo Tomás, el Cabrerito de la Ciénaga e a Ferminia.
Apesar do inóspito do território, a 200 quilômetros ao sudeste de La Habana, os cenagueros (como são conhecidos os residentes) apreendem computação no Clube Jovem, instituído para esse fim.
Com a economia fundada na exploração florestal, turismo, pesca e apicultura, desde o início deste novo século sobre intensa transformação com construção de aterros, escolas e hospitais. Desde o início do processo revolucionário funcionam centros para atendimento do turismo agora incrementado com o eco turismo. Com avanço das reformas econômicas se está incrementando a iniciativa privada, porém, com sustentabilidade e com proteção à natureza.
Para celebrar 55 anos da vitória de Girón há um esforço no desenvolvimento de programas comunitários, como o de Aldea Taína, construído numa ilha artificial na Laguna del Tesoro, e o Museu de Girón. Este museu contém armamento capturado dos invasores, fotos e resumos biográficos dos que caíram em defesa da nascente revolução, testemunho do valor e firmeza dos que combateram naquela gesta.
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* *Prensa Latina, de Matanzas, Cuba, especial para Diálogos do Sul.
Fonte: Diálogos do Sul.