O prefeito Gean Loureiro (PMDB/SC) foi preso há pouco na manhã desta terça-feira (18), em Florianópolis pela Polícia Federal. Ele está indiciado na Operação “Chabu”, desencadeada para desarticular uma organização que violava sigilo de operações policiais em Santa Catarina, incluindo a Operação Alcatraz. Entre os sete mandados de prisão temporária expedidos como parte da Operação Chabu está também o do delegado Fernando Caieron, da Polícia Federal em Florianópolis. O prefeito é acusado na Operação Alcatraz, que investiga contratação de empresas laranja para desviar verbas públicas.
Ao todo 30 mandados são cumpridos, sendo 23 de busca e apreensão e sete de prisão temporária, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre (RS).
Após análises dos materiais apreendidos durante a Operação Eclipse, que ocorreu em agosto de 2018, foi apurado pela Polícia Federal que o grupo suspeito construiu uma rede composta por um núcleo político, empresários, e servidores do órgão e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) lotados em órgão de inteligência e investigação, com o objetivo de embaraçar investigações policiais em curso e proteger o núcleo político em troca de benesses financeiras e políticas.
EMPRESAS LARANJA
Ontem a juíza Janaína Cassol Machado, que está a frente do processo criminal pela Justiça Federal em Santa Catarina, autorizou a prorrogação por 15 dias do prazo para a conclusão do inquérito da Operação Alcatraz, que envolve desvio de recursos em licitações praticados por órgãos de Santa Catarina e de Florianópolis, envolvendo Epagri, Secretaria de Administração e inclusive o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Júlio Garcia. Trata-se da produção de notas frias, por empresas de fachada na área de segurança principalmente. Já há presos preventivamente na ação. Janaína é a mesma que autorizou a prisão do reitor Catlos Cancellier. O delegado Igor Gervini pediu a extensão da investigação para que os agentes tenham até o final de junho para concluir o inquérito.
Segundo a polícia, as investigações apontam a prática de crimes de associação criminosa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, corrupção ativa, além da tentativa de interferir em investigação penal que envolva organização criminosa.
O nome “Chabu” significa dar problema, dar errado, falha no sistema, usado comumente em festas juninas quando falham fogos de artifício. Conforme a PF, o termo era empregado por alguns dos investigados para avisar da existência de operações policiais que viriam a ocorrer.