A Polícia Federal indiciou o ex-procurador da República Marcelo Miller por corrupção passiva e o empresário Joesley Batista, da JBS, por corrupção ativa. Também foram indiciados, por corrupção ativa as advogadas Fernanda Tórtima e Esther Flesch, que trabalhavam para a empresa o ex-executivo da J&F Francisco de Assis.
O processo que apura se Joesley, Francisco de Assis e as advogadas tentaram corromper Miller, enquanto ele atuava no Ministério Público. Segundo as investigações, o objetivo dos indiciados seria obter ajuda no acordo de delação premiada de membros da J$F.
De acordo com o delegado Cleyber Malta Lopes, responsável pelo caso, há indícios suficientes de que Joesley Batista, Francisco de Assis, Fernanda Tórtima e Esther Fleschos corromperam Marcelo Miller para obter ajuda no acordo de delação premiada de executivos da J&F. As informações foram publicadas pelo blog de Andréia Sadi.
O delegado também apontou omissão por parte de Joesley e do ex-executivo “sobre a real extensão dos atos praticados por Marcello Miller e a relação ilícita entre Miller e os investigados”.
Vale ressaltar que o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu, em setembro do ano passado, a rescisão das delações de quatro executivos da J&F – Joesley, Wesley Batista, Ricardo Saud e Francisco de Assis – por omissão e má-fé dos delatores. Segundo a PGR, na época, eles teriam deixado de informar sobre suposta orientação prestada por Miller nas negociações, enquanto era do MP.
Joesley caiu como uma “bomba” no governo Temer no ano passado, após fazer delações premiada que resultaram em duas denúncias contra o emedebista, sendo uma por corrupção passiva, e outra por obstrução judicial e organização criminosa. Temer negou irregularidades e classificou as gravações como “clandestinas” e “manipuladoras”.
Quem também não escapou da colaboração premiada foi o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que foi flagrado em gravação negociando R$ 2 milhões em propina com o empresário. O tucano tratou o dinheiro como venda de apartamento.