Como já escrevi aqui antes, enquanto os números da pandemia do coronavírus só crescem mundialmente, nesta quinta-feira já passaram de 2 milhões casos de COVID-19 confirmados, com quase 140 mil mortes, no Brasil, onde os óbitos começam a aumentar, há uma preocupação de garantir que existam leitos e equipamentos suficientes para o tratamento dos futuros pacientes, como por exemplo, o ventilador pulomar.
Em todo país, diversas universidades têm desenvolvido modelos mais simples de respiradores mecânicos para atender esta demanda. No final de março, uma equipe de professores e alunos de diversas áreas da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo divulgou a criação do Inspire, um protótipo de ventilador produzido com componentes facilmente encontrados no mercado brasileiro. Todavia, uma de suas principais vantagens era o custo estimado de 1 mil reais, em comparação à média de 15 mil para um similar (leia mais aqui).
Recentemente foi a vez da Agência de Inovação Tecnológica da Universidade Federal da Paraíba anunciar que também desenvolveu um protótipo de respirador. O aparelho usa tecnologia touch screen e é equipado com sistema multibiométrico (que faz diversas medidas vitais). Além disso, o equipamento tem conectividade wireless e com isso, é possível acessá-lo, monitorá-lo e operá-lo em tempo real, remotamente, por meio de aplicativo em dispositivos móveis (smartphones).
Os pesquisadores da Universidade da Paraíba ressaltam que o ventilador pode ser montado em poucos minutos, assim como sua programação. Ainda segundo eles, o aparelho não é apenas “emergencial”, podendo ser usado indefinidamente; ou seja, um substituto aos convencionais comercializados atualmente.
Mas de acordo com o time de profissionais envolvidos no desenvolvimento do projeto, a principal vantagem dele é o custo do respirador: cerca de 400 reais – ainda mais barato do que a apresentado em São Paulo.
Desenho do modelo desenvolvido pela Universidade da Paraíba
Outro ponto muito bacana do projeto é que ele tem licença aberta para os interessados em produzir o ventilador. Basta que a empresa entre em contato com a INOVA-UFPB por meio do e-mail: [email protected]
Os pesquisadores paraibanos esclarecem que os fabricantes deverão pedir autorização também para Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e realizar os testes exigidos pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). Entretanto, acredita-se que em face da urgência perante a pandemia do coronavirus, as tramitações burocráticas sejam aceleradas.
*Custo estimado sem incluir os sistemas touch screen e wireless