Pescadores anunciam mortandade de 25 mil t de peixes em Manaquiri (AM)

manaquiri2

Foto: SindPesca

Por Kátia Brasil

Pescadores artesanais percorreram uma distância de 100 km em pequenas embarcações neste fim de semana, iniciando a viagem da boca do Paraná do Manaquiri, que é um afluente do rio Solimões, até a comunidade de Araçatuba, e se depararam com uma mortandade de 25 mil toneladas de peixes em Manaquiri, que fica na Região Metropolitana de Manaus.  Os peixes morreram por falta de oxigenação das águas, que estão mais quente e com nível baixo devido a vazante dos rios da bacia amazônica.

A mortandade de peixes no Paraná do Manaquiri é um fenômeno natural com dano socioambiental e econômico. Em entrevista à agência Amazônia Real, o presidente do Sindicato dos Pescadores / Colônia Z-51 do Município, pescador Joceni Oliveira, 45, afirmou que os pescadores registram mortes dos peixes desde o dia 15 de novembro na região, mas essa semana a situação se agravou com a decomposição dos animais.

Durante o percurso da viagem ao Paraná do Manaquiri, os pescadores encontraram muitos peixes mortos, entre eles, das espécies tambaqui, piramutaba, pirarucu, pescada, tucunaré e bodó. “Também vimos tartarugas mortas. É uma mortandade sem precedentes, uma tragédia ambiental”, disse Joceni Oliveira, que viajou até a comunidade de Araçatuba para levantar o dano ambiental.

O presidente do SindPesca diz que a mortandade de peixes no Paraná do Manaquiri  já ocorreu durante as vazantes dos anos de 2005, 2009, 2010 e 2012. Mas, os pescadores encontravam peixes mortos em extensões menores, que variavam de 16 km a 60 km do afluente do rio Solimões.

Segundo o presidente do SindPesca, a mortandade de peixes no Paraná do Manaquiri atinge o trabalho direto de 889 pescadores. Eles vivem em 27 comunidades do município, distante a 56 km de Manaus. Nestas comunidades moram 987 famílias (ou 4.945 pessoas).  Joceni Oliveira disse que para obter renda muitos pescadores estão salgando os peixes que conseguem pescar vivos, mas a decomposição das espécies mortas e o mau cheiro impedem o trabalho. “Estimamos uma perda financeira para dos pescadores de R$ 2.802.120,00”, disse.

Apesar do problema socioambiental, a Prefeitura de Manaquiri ou o Governo do Amazonas não anunciaram medidas para garantir auxílio humanitário às famílias que enfrentam o desastre ambiental. Das 27 comunidades, 19 estão isoladas, pois o acesso por via fluvial está comprometido com a vazante. Entre as localidades afetadas estão as comunidades de Araçatuba, Lago Grande, Ilha do Barroso e Costa do Aruanã. O acesso para a sede do município de Manaquiri está normal. De Manaus, ele é feito de carro com uma travessia de balsa pelo rio Solimões, partindo do porto da Ceasa, até a cidade de Careiro. De lá, o percurso é pela BR 319.

Fonte: Amazonia Real

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.