Por Cecilia Hobold, para Desacato.info*
Quem somos nós?
Somos uma sociedade repleta de problema graves; a começar pela economia mal administrada, pelo dinheiro esbanjado, gestão deficiente em todos os setores, leis não cumpridas que levam à tolerâncias e a relativizações absurdas, falta de responsabilidade e compromisso com o bem estar de todos e da Nação.
E, inserida nesse linguajar sem entendimento; nessa Torre de Babel encontra-se a saúde, a qual poderíamos chamá-la de DOENÇA, acompanhada de suas precariedades, desde o saneamento básico à assistência; da mais simples a mais complexa. Assim ELA segue internada na Unidade de Terapia Intensiva- UTI, sem prognóstico de desocupar os leitos. Lá estão as mutilações provocadas pelo trânsito caótico, no qual cada um faz o que bem entende, causando problemas sociais irreversíveis e gastos públicos desnecessários; as doenças transmitidas por vetores como os mosquitos; os vírus que nos invadiram; as bactérias hiper resistentes; as vacinas e seus mercuriais; a obesidade; o diabetes; a hipertensão; o câncer em todas as suas modalidades; as doenças mentais geradas por problemas sociais; a alimentação precária com excesso de carboidratos; os alimentos hiperindustrializados; os venenos nos alimentos, disfarçados de defensivos agrícolas e, mais e mais…
Tudo isso subtrai da nossa verdadeira SAÚDE. Uma questão a ser resolvida com investimentos em prevenção, sem panfletagem e sem máquinas. No entanto, de tudo o que foi considerado, só o mosquito Aedes Aegypty está na mira de fogo. Ele é o réu absoluto e será bombardeado. Com que? Veneno mortal. Qual? Só uma pulverização aérea por um inofensivo INSETICIDA.
Ora, a palavra inseticida significa morte dos insetos! E quem são os insetos? Todos os que conhecemos inclusive as abelhas, responsáveis pela polinização e, consequentemente, pela nossa alimentação. Então a chamaríamos de pulverização aérea ou criminalidade aérea? A última sugestão talvez lhe seja a mais adequada, visto que o INSETI + o CIDA é mortal também para os demais seres vivos, incluindo nós que dependemos de água boa, da qualidade do ar e da alimentação livre de venenos para viver bem. Existiriam dúvidas quanto aos resultados do envenenamento geral? Com certeza não. Isso nos leva a pensar que seria de bom senso fazer acordo com o mosquito, considerando que o veneno quando não mata, incapacita, debilita a nós todos, visto que o princípio biológico entre os seres vivos é parente muito próximo. Então o que queremos? Extinção da humanidade, ou dos brasileiros?
Especial para Desacato.info
*Secretária da Comissão de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) do Fórum Catarinense Contra Impactos dos Agrotóxicos e Transgénicos (FCCIAT)