Perseguição política na PUC Campinas/SP

Por CAAV Hélio Oiticica.

Na noite do dia 09 de novembro, a forte chuva que caiu sobre Campinas/SP atrapalhou os planos do movimento estudantil da PUC que havia organizado uma assembleia geral dos estudantes para acontecer numa área aberta da universidade. Apesar do contratempo, os presentes resolveram deliberar as próximas ações em reunião num local coberto improvisado, já sob a recepção, como de praxe, da segurança e inspeção de alunos registrando em imagem e áudio a movimentação.

As pautas da discussão foram as mesmas que movem as ações nacionalmente, sobretudo resultantes do dia de hoje que caracteriza a paralisação nacional: a PEC 241/55 e a MP do Ensino Médio. Também seria discutida a pauta interna sobre permanência estudantil.

No dia seguinte às deliberações da assembleia – sendo um ato marcado pro dia 11 no prédio do CCHSA (Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas) a mais importante delas – uma estudante da Faculdade de Artes Visuais recebeu na porta de sua sala de aula das mãos de um oficial de justiça junto ao advogado e o secretário de segurança da instituição, uma intimação em seu nome e os de mais 4 integrantes do Centro Acadêmico de Artes Visuais e um membro do movimento negro da universidade. O documento cita os acontecimentos da política nacional como argumento que mobilizou as ocupações da PUC Minas e PUC RS e alega que, diante disso, os estudantes nomeados haviam sido registrados em atitudes suspeitas e acusados de estarem envolvidos numa possível ação de ocupação do campi. A intimação estipula uma multa no valor de R$ 1000,00 por dia para cada manifestante identificado caso ocorra ocupação e os convoca para deporem no Ministério Público em até 15 dias.

Essa é mais uma ação que compõe o repertório de coerção e perseguição dos movimentos sociais que estamos acompanhando nos últimos dias diante das lutas que estão se alastrando por todo o país contra este governo golpista. São ações desta natureza que inclusive estão sendo usadas para desmobilizar as ocupações dos secundaristas e alardeadas pela mídia conivente de maneira distorcida para transformar os que lutam contra os retrocessos impostos por este governo à sociedade em inimigos públicos.

Medidas que criminalizam atos legítimos de direito à manifestação e liberdade de expressão são inadmissíveis e carecem de uma resposta conjunta envolvendo toda a sociedade e instituições políticas.

O CAAV Hélio Oiticica vem por meio deste notificá-los do acontecido e pedir solidariedade por todo o movimento estudantil e os demais que estão sofrendo, dia após dia, sérias intervenções como esta.

O ato decidido na assembléia continua e está marcado para às 19h de hoje com concentração no CCHSA.

Compartilhem esta nota ou a postagem do Centro Acadêmico em seus perfis das redes sociais.

Vamos mostrar que não nos calaremos diante intimidações

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