Por Elaine Tavares.
E então eis que que chega o aniversário daquele que andou com os perdidos e distribuiu ternura por toda a região da galileia há mais de dois mil anos. Uma criatura tão especial que ultrapassou a barreira do tempo e até hoje é lembrada como o compadecido, o que realizou a nova aliança. A partir desse Jesus, histórico ou desejo, não houve mais o tributo a um deus violento e vingativo. Mas, a compreensão de que estamos nesse lindo jardim e que aqui devemos semear a alegria, a bondade, a solidariedade e o amor.
Jesus, o assassinado, mostrou que é um deus fraco, incapaz de salvar quem quer que seja. Mostrou que o deus verdadeiro é o que, no meio da mais profunda dor, só pode estender os braços e acolher, em lágrimas, dizendo a única palavra que precisamos: “estou aqui”. Somente juntos nos salvamos. O deus de Jesus é o amigo sincero, o companheiro, o que não abandona, o que abraça, o que compartilha, o que morre junto se preciso for. Ele não aparece entre mil megatons prometendo ilusões. Ele nos diz que nosso tempo aqui precisa ser vivido no amor, na ternura, no encontro com o outro, real, caído.
Que nesse dia do aniversário, quando essa generosa ideia de Jesus completa mais uma volta em torno do sol, nós possamos nos irmanar nessa proposta de amor. Há uma longa jornada pra cumprir nessa terra e Jesus nos convida a ser feliz. Amar, sem esquecer que é justamente esse compromisso que nos leva a lutar contra todos os vilões do amor. Contra eles, vamos à batalha. Porque haverá de chegar o dia em que ela não será mais necessária.
Que nosso Natal possa ser sereno, apesar de toda a dor que temos vivido nesse ano de pandemia, quando a vida parece não ter qualquer valor. Que nós, os vivos, possamos tocar o coração de cada um dos que nos é caro e dizer: “estou aqui”. Isso já será suficiente.
Feliz aniversário, Jesusinho… Feliz Natal para todos nós.
Meu carinho a toda gente que compartilha comigo esse mal/fadado espaço zukerberguiano.