Os professores da rede estadual de ensino de São Paulo decidiram ontem (17/04) pela continuidade da paralisação, após mais uma assembleia realizada à tarde, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Em greve desde o dia 13 de março, os professores reivindicam aumento salarial de 75,33%.
Além da manutenção da greve, eles aprovaram também uma nova assembleia para a próxima sexta-feira (24/04), no Masp, a partir das 14h. Um dia antes, os professores devem se reunir com representantes do governo estadual, na sede da Secretaria Estadual da Educação, na Praça da República.
Durante a assembleia de hoje, os professores carregavam várias faixas e um caixão, onde escreveram a mensagem “Aqui jaz a educação”. Durante o protesto, o governador Geraldo Alckmin foi vaiado.
Em um momento de tensão, os professores estranharam a presença de uma tropa especial da Polícia Militar, normalmente utilizada em manifestações com expectativa de confronto, e pediram a retirada da tropa.
Segundo o comandante da operação, capitão Diogo Rafael de Souza, a tropa é da Companhia de Ações Especiais da Polícia (Caep). “É uma tropa de efetivo de apoio, e nada tem a ver com a Tropa de Choque. Não temos intenção de confronto ou confusão”, afirmou o capitão.
De acordo com Maria Sufaneide Rodrigues, professora aposentada e integrante da diretora da Sindicato dos Professores no Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), a presença da tropa surpreendeu os professores que não pretendem entrar em confronto ou provocar confusão.
“Em outras manifestações, não havia esse aparato. É claro que eles são da Tropa de Choque. Por mais que o comandante tenha explicado, entendemos que eles são da Tropa da Choque”, alertou Maria Sufaneide. “Professor não veio para ter confronto com policial. Professor veio reivindicar salário e necessidades para sala de aula.”, acrescentou, lembrando que as demais assembleias ocorreram de forma pacífica.
A Polícia Militar estimou em cerca de 3 mil professores presentes à assembleia. Para a Apeoesp, são 60 mil participantes. Os professores seguiram em caminhada até a sede da Secretaria Estadual da Educação, na Praça da República, no centro. O caminho escolhido é pela Avenida 23 de Maio.
Na quarta-feira (15), eles ocuparam a sede da Assembleia Legislativa de São Paulo, após audiência pública sobre a greve. Os professores dormiram no plenário Juscelino Kubitschek, onde permaneceram até a noite de ontem (16).
Segundo o sindicato da categoria, a ocupação na Assembleia teve por objetivo pressionar o governo estadual pela abertura de negociação. Na próxima quarta-feira (22), às 16h, os professores participam de nova audiência pública na Assembleia.
Foto: Reprodução/Carta Capital
Fonte: Carta Capital