Por Ana Luíza Basílio.
A impensada ação do Ministério da Educação de pedir que escolas leiam carta com slogan do governo de Jair Bolsonaro, cantem o Hino e filmem a ação, e o posterior recuo da medida sob alegação de ‘equívoco’, funcionou como um convite nas redes sociais – mas para mostrar a falta de estrutura das instituições.
Estudantes, professores e funcionários passaram a filmar a unidades. Nas publicações, reunidas pela hashtag #HinoNacionalnasEscolas, é possível ver carteiras quebradas, inúmeras infiltrações de água pelas salas de aula, quadras esportivas encharcadas e crianças sendo retiradas das salas de aula de maneira bastante improvisada por professores.
A amostra pode ser confirmada em números, embora São Paulo e Rio de Janeiro não estejam entre os Estados brasileiros com as piores condições. Dados do Censo Escolar 2017 mostram que, entre as instituições de Ensino Fundamental, apenas 41,6% contam com rede de esgoto, e 52,3% apenas com fossa. Em 6,1% delas, não há sistema de esgotamento sanitário. O maior gargalo está no Acre, Amazonas, Pará e Roraima.
As unidades também apresentam problemas com a oferta de biblioteca ou sala de leitura, presente em pouco mais da metade (54,3%) dos locais. Em outros, faltam parques, berçários e até banheiros adequados às faixas escolares atendidas. Nas escolas de educação infantil, 61,1% têm banheiro adequado e apenas 33,9% contam com berçário.
Veja abaixo registros de escolas que circulam nas redes sociais:
1) Escola Estadual Margarida Maria Alves, zona sul de SP
2) Escola em São Gonçalo, Rio de Janeiro
3) Escola na zona leste de São Paulo
Essa é a quadra “coberta” da minha escola!
Não precisamos de hino, precisamos de recursos e salários dignos para os professores!#HinoNacionalNasEscolas #HinoNacionalSim pic.twitter.com/pA61eRgX4t
— Davi ?? (@davi_leste) February 26, 2019
4) EE Fernando Mauro na Cidade Tiradentes, São Paulo
5) EE Salim Farah Maluf na Cohab José Bonifácio, São Paulo
*Com informações da EBC