247 – Depois de se reunirem por três dias com o papa no Vaticano para tratar dos erros e omissões na gestão dos casos de abusos nos quais estava envolvido o bispo chileno Juan Barros, os 34 bispos chilenos decidiram pedir demissão. A demissão em massa de bispos é sem precedentes na história da Igreja Católica. “Colocamos nossos postos nas mãos do Santo Padre e deixaremos que ele decida livremente por cada um de nós”, informaram os bispos em uma coletiva de imprensa no Vaticano. Eles também pediram perdão ao Chile, às vítimas de abusos e ao papa.
“Em declarações à chilena Rádio Cooperativa, Juan Carlos Cruz, uma das pessoas que afirmam terem sido vítimas de abuso perpetrado por um sacerdote católico no Chile, disse que o anúncio da renúncia constitui um fato “absolutamente inédito”. “Os bispos usam eufemismos para explicar o que aconteceu, mas todos os bispos renunciarem, colocando seus cargos à disposição do papa, é algo que nunca havia ocorrido em uma conferência episcopal”, afirmou.
Cruz foi um dos principais denunciantes de Barros. Ele disse estar satisfeito com a atitude de Francisco perante os prelados chilenos – o pontífice atribuiu a responsabilidade em relação aos casos de abuso sexual. “Os que mais causaram danos e nos provocaram dor e sofrimento foram os bispos”, declarou. Os bispos chilenos se reuniram por três dias com o papa no Vaticano para tratar dos erros e omissões na gestão dos casos de abusos nos quais estava envolvido Barros, acusado de encobrir os atos do sacerdote Fernando Karadima.
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