Por Claudia Ratti.
Na última semana, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa(CDH) do Senado rejeitou a sugestão legislativa de tirar de Paulo Freire o título de Patrono da Educação Brasileira.
O requerimento para arquivar o projeto partiu da senadora Fátima Bezerra (PT/RN), que o definiu como expressão de “estupidez, insensatez e, inclusive, ignorância”. No parecer, a senadora ainda comenta que a sugestão é derivada de um processo de setores fascistas da sociedade brasileira, marcados pela intolerância, falta de alteridade e diferentes formas de preconceito, discriminação e opressão.
“Só alguém que desconhece a grandiosidade da vida e da obra de Paulo Freire na luta pela educação no Brasil e no mundo pode representar um recurso de maneira estúpida como essa”, completa.
A polêmica começou quando a Lei 12.612, que confere o título a Freire, foi questionada no portal do Senado, o e-Cidadania, por adeptos do movimento Escola sem Partido. Ao receber 20 mil votos favoráveis, seguiu para análise da CDH. A ofensiva justificava-se argumentando que Paulo Freire é um “filósofo de esquerda” e classificando o método freireano como um “fracasso”.
Reação
A proposta da retirada do título de Paulo Freire causou comoção entre educadores, intelectuais e integrantes de movimentos sociais. Em outubro, o Coletivo Paulo Freire lançou um manifesto em defesa do educador.
“Respeitar Paulo Freire é resguardar a História daquelas pessoas imprescindíveis que dedicam sua vida, dia após dia, à luta por um mundo livre, fraterno, igualitário, justo, próspero e sustentável”, defende o documento.
Fonte: Educação Integral.