Por Plínio Teodoro.
A CNN Brasil estimou em R$ 485 mil o gasto em recursos públicos somente com a mobilização de cerca de um mil policiais militares que fizeram a segurança das ruas da capital fluminense no trajeto de cerca de 40 quilômetros do passeio de moto convocado por Jair Bolsonaro (Sem partido) neste domingo (23) em ato em apoio a si mesmo.
Para fazer a estimativa, a CNN calculou apenas o custo de salário dos agentes envolvidos, considerando apenas as 6 horas que duraram o ato, desde a concentração no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, até o Aterro do Flamengo, na Zona Sul.
Para conseguir garantir a “manutenção da ordem”, conforme informou à PM, foram mobilizados 20 batalhões. O efetivo de mil homens é o equivalente ao de um batalhão de PM de grande porte no estado.
“Não me lembro de uma segurança de presidente com mil policiais. Isso é um verdadeiro absurdo. Fora o aparato que foi visto na rua, a operação envolveu ainda horas policiais para planejamento e consumo de combustível das viaturas e dos helicópteros. Podem argumentar que isso também é feito para inaugurações, mas, nesse caso, pelo menos a inauguração é a justificativa para o uso do recurso público. Fora que o Rio de Janeiro ainda está em meio ao Regime de Recuperação Fiscal”, disse Daniel Cerqueira, doutor em Economia e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que ajudou a fazer a estimativa.
Outros gastos
O líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, Elvino Bohn Gass (PT-RS), anunciou neste domingo (23) que a legenda vai protocolar representação no Tribunal de Contas da União (TCU) para que sejam levantados todos os gastos do presidente durante a viagem ao Rio de Janeiro.
“O direito à manifestação é garantido pela Constituição, mas não o uso de dinheiro público para fazer ato político em tom de comício, muito menos fora de época de campanha eleitoral”, afirmou o deputado.
Segundo Bohn Gass, o PT vai tomar as medidas legais cabíveis contra Bolsonaro a partir do levantamento do TCU. A bancada pretende também apresentar requerimento de informações à Casa Civil para que sejam detalhados todos os gastos, como custo de locomoção do presidente e de assessores em avião presidencial e em helicóptero, das diárias e outras despesas.
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