Por Flávio Carvalho, Catalunha.
No caso de tantas pessoas me perguntando sobre como colaborar com o desastre humano (provocado por fatores humanos, políticos, determinantes) no Rio Grande do Sul, devo dizer algo.
Primeiro. Não me perguntem sobre como enviar dinheiro por meio de bancos que contribuem para o atual estado de emergência climática (sim, é o tal do capitalismo mesmo) ou que colaboram com empresas que deram sustentaçao ao regime fascista que devastou a Amazônia e seguiu exterminando povos indígenas e comunidades tradicionais.
E nem me falem de esquecer dos negacionistas nazifascistas e do agronegócio que colaborou imensamente com toda essa desgraça. A memória histórica é um dom popular, principalmente quando se tratam de Mortes Evitáveis.
Logo, não me recriminem por recriminar políticos como o atual governador do RS. Ou aqueles bolsonazistas que já demonstraram do que são capazes, ao disseminar FakeNews desastrosas em plena Sindemia (não foi somente uma Pandemia, pois não foi igual para todos).
Enfim, não embarcarei em iniciativas – por mais solidárias, justas, legítimas que sejam – focalizadas em indivíduos, pessoas públicas ou seres humanos (homens de bem, falsa moral, por dinheiro).
Diante da urgência da fome é muito melhor que sejam campanhas coletivas (consolidadas, reconhecidas, que não nasceram ontem).
Como, por exemplo, a campanha internacional do MST, e seus 40 anos de lidar com a fome e a tragédia maior do nosso povo. Ou da CUT no Rio Grande do Sul.
Por certo, já analisou sua Solidariedade Seletiva hoje?
E se você mesmo descobrir que há algo de racismo estrutural (claro que sim; como não?) até mesmo na sua emotividade diante das tragédias de sempre (seca no Sahel africano, Genocídio na Palestina, extermínio de determinadas castas na Índia, as recentes enchentes no interior da Bahia, o etnocídio Yanomami…; muito longe, não é?)?
Ou talvez seja mesmo melhor enviar por aquele teu amigo sorridente Boa Vibe, Fofo, de olhos azuis que tem aquela conta bancária na Suíça?
Ajudemos sim o RS!
Ser solidário é compatível com denunciar a raiz política de mais essa tragédia.
Mas, quem morre mais?
@1flaviocarvalho
