Com 47 assinaturas, a Bancada da União pela Esperança (UNES) formalizou nesta sexta-feira (24) um pedido para debater o impeachment do presidente do país, Guillermo Lasso.
O Equador vive uma onda de protestos de grupos indígenas desde o dia 13. Os manifestantes criticam políticas econômicas de Lasso, como a concessão de licenças de mineração em terras indígenas, e os preços dos combustíveis no país. Além disso, eles pedem mais tempo para pequenos agricultores pagarem empréstimos bancários. Os grupos indígenas têm bloqueado ruas ao redor do país para manifestarem suas demandas.
Em resposta, no último sábado (18), o presidente equatoriano declarou estado de exceção em três províncias do país: Imbabura, Cotopaxi e Pichincha (onde está a capital, Quito), regiões que registraram os maiores protestos. A medida tem validade de 30 dias.
“Pedi diálogo, e a resposta foi mais violência. Não há intenção de encontrar soluções”, afirmou Lasso, em discurso pela televisão, no sábado (18).
Na última terça-feira (21), o ex-chanceler equatoriano Ricardo Patiño afirmou que haverá um “banho de sangue” no país se o presidente não atender às demandas dos povos indígenas e decidir não renunciar ao cargo.
“Infelizmente pode ocorrer um banho de sangue [caso Lasso não queira renunciar ou cumprir as exigências dos povos indígenas]. Isso é muito grave, porque as organizações que estão à frente da greve disseram que, se o presidente não corrigir as políticas, eles vão continuar com suas medidas, e é claro que isso significa uma situação muito séria para o país”, disse o ex-chanceler à Sputnik.