O clima no Congresso Nacional é de embate após o anuncio do governo Bolsonaro de reduzir de R$ 600 para R$ 300 o pagamento do auxílio emergencial nos próximos quatro meses. A quantia representa metade da concedida nos primeiros cinco meses da vigência do programa. O líder em exercício do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), disse que vale sempre lembrar: “Bolsonaro queria R$ 200 e o Congresso aprovou R$ 600 e distribuiu recursos para 65 milhões de brasileiros”.
Daniel Almeida diz que cortar o benefício pela metade é desastre. “Nós vamos lutar muito para manter até dezembro os R$ 600. É importante a população se mobilizar em torno disso, assim como queremos aprovar a renda básica para o futuro”, disse o líder.
Segundo ele, o corte pode produzir um impacto muito grande na economia. “Essa renda está resolvendo a vida, dando alimento às pessoas que deixaram de ter renda. Está dinamizando a economia por que as pessoas estão comprando mais, fazendo reformas na sua casa, porque esses recursos estão dinamizando vários setores da economia”, defendeu.
O vice-líder do PCdoB, deputado Márcio Jerry (MA), considera o corte de 50% uma crueldade de Bolsonaro contra os que mais precisam. “Não vamos aceitar. Foi uma luta conquistar o auxílio emergencial de 600 reais, derrotando Bolsonaro que só queria fazer de 200 reais. Tem luta, teremos vitória!”, afirmou.
A vice-líder da minoria na Casa, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), também destacou o papel do Congresso na conquista do auxilio: “Importante lembrar que o governo Bolsonaro queria um auxílio de apenas R$ 200 reais e nós da Oposição conquistamos o valor de R$ 600. Vamos lutar para manter os 600 até o fim da pandemia!”.
Fundo do poço
“URGENTE!!! O Brasil está no fundo do poço e Bolsonaro acaba de anunciar corte de 50% no valor ao auxílio emergencial. 300 reais a menos em alimentos na mesa das famílias brasileiras. Desemprego, miséria e fome será o cotidiano de milhões de pessoas. Um CRIME CONTRA O POVO!”, escreveu no Twitter o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).
Ele diz que a prorrogação do auxílio emergencial é uma vitória da oposição e do parlamento. “Bolsonaro não tinha como escapar, pois seria derrotado se teimasse em retirá-lo. Mas o valor de 300 é insuficiente. Defendemos uma renda básica que garanta dignidade ao nosso povo!”, completou.
O líder da minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que da economia os brasileiros correm atrás, mas a vida das pessoas é algo que não se recupera. “Para o Brasil enfrentar a pandemia, é preciso que auxílio emergencial seja #600AtéOFim! #AprovaPL2357 para botar comida na mesa de quem mais precisa!”, postou no Twitter.
“Diante de uma crise, produzida pelas elites, em meio à pandemia, não se pode fazer com que o povo pague a conta com a fome e a vida! É #600pelobrasil. PSOL segue na luta por direito à renda básica permanente!”, publicou na rede social a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS).