Para reduzir contágio, estados do Nordeste aderem ao isolamento social rígido

Videorreportagem do Brasil de Fato mostra medidas contra covid-19 adotadas nas capitais do Maranhão, Ceará e Pernambuco.

Foto: Agência São Luís

Em virtude dos altos índices de contágio e óbitos por covid-19, governos estaduais têm discutidos medidas mais rígidas para a quarentena. No Nordeste do Brasil, o isolamento social já ganhou novas restrições no Maranhão, Ceará e Pernambuco. O estado do Maranhão foi o primeiro do país a aumentar as restrições do isolamento social. Estabelecidas pelo governo de Flávio Dino (PCdoB), as medidas estão em vigor desde 5 de maio e são válidas para a Grande São Luís.

No Ceará, mais especificamente na capital Fortaleza, o isolamento social está mais rígido desde 8 de maio. Por meio de decreto, o governador Camilo Santana (PT) determinou restrição na circulação sem justificativa de pessoas e veículos em espaços públicos. Outra medida implantada foi o controle nas entradas e saídas da capital cearense, com a fiscalização de órgãos estaduais e municipais. Segundo Antônio Silva Lima Neto, Gerente da Célula de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Fortaleza, as medidas de isolamento social restritivas se fazem mais necessárias do que nunca. “Nós não podemos, nesse momento, facilitar aglomeração de pessoas e colocar em risco nossos trabalhadores”, reitera.

Em Pernambuco, o governador Paulo Câmara (PSB) anunciou isolamento social rígido na última segunda-feira (11). As regras são válidas para cinco cidades da Região Metropolitana do Recife. Com as mudanças, o uso da máscara passa a ser obrigatório e fica determinada a restrição de circulação de veículos e pessoas. Para isso, foi adotado o sistema de rodízio de automóveis e pontos de fiscalização.

Para Tiago Feitosa, médico sanitarista, membro da Rede Solidária em Defesa da Vida, o governo de Pernambuco fez uma progressão das medidas de isolamento, mas ainda não é um lockdown, como vem sendo chamado o “bloqueio total” de um território. “É algo positivo, porque mostra ainda um investimento no isolamento social. No entanto, a gente tem algumas preocupações, estamos formalizando isso de forma a estar melhorando o decreto”, ponderou.

Entre as recomendações de Tiago e demais membros da Rede Solidária, estão propostas para evitar aglomerações no transporte coletivo, mais disciplinamento nas feiras livres, além das condições de quarentena e isolamento das populações das periferias da cidade.

“Estamos propondo o uso de estabelecimentos públicos desativados temporariamente, como escolas, para dar possibilidade, principalmente às populações mais vulneráveis, de terem a sua quarentena”, completa o médico sanitarista.

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