Por Luis Nassif.
Assim como a Lava Jato comprometeu a independência do Ministério Público Federal (MPF), comprometeu igualmente a da Receita Federal. A ponto das interferências de Bolsonaro não provocarem grandes gestos de solidariedade às duas corporações.
Segundo informações de dentro da Receita, a inclusão dos nomes de Gilmar Mendes e Dias Toffoli na lista dos 133 investigados pela Receita, não se deveu à manipulação dos critérios de seleção. Foi pior ainda.
Imaginava-se que haviam sido colocados critérios no algoritmo da Receita, que permitissem incluir Gilmar e Toffoli na lista. Com isso, dariam uma aparência de isenção à seleção.
Veja mais: Riscos de interferências políticas na Receita Federal. Entrevista com Conrado Silva (Sindifisco)
Depois, se percebeu que esses critérios incluiriam também Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) alinhados à Lava Jato, especialmente Luiz Fux. Tirando os critérios que poderiam alcançar os aliados, nem Gilmar nem Toffoli estavam mais na lista dos 133 fiscalizados. Decidiu-se, então, incluir os nomes de ambos a fórceps, sem submetê-los a nenhuma espécie de critério.
As investigações do Ministro Alexandre de Moraes identificaram apenas os funcionários da Receita que divulgaram a informação. Se exigir a explicitação dos critérios de seleção, chegará aos que montaram a arapuca.
Hoje em dia, a Receita está dividida entre o Sindicato, bolsonarista, e os lavajatistas.
Veja mais: O projeto de destruição da educação e a luta dos servidores #AGT
A opinião do/a autor/a não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.
Acusação leviana sem qualquer fundamento. Lamentável.