Já é praticamente uma tradição do Santander: às vésperas das festas de fim de ano, esse banco espanhol escolhe algumas dezenas, centenas ou, como agora, milhares de trabalhadores brasileiros e manda todos para o olho da rua.
Em todo o Brasil, cerca de mil pais e mães de família já perderam seu emprego no banco espanhol. O banco evita falar em números, mas há indicativos que as demissões podem chegar a cinco mil funcionários até essa sexta-feira.
O pior de tudo é que a maioria dessas demissões atinge trabalhadores com mais de 20 anos de banco, que estão prestes a se aposentar e, além disso, que apresentam sintomas de doenças causadas por esforços repetitivos (LER Dort).
Não é que o Santander esteja mal no Brasil. É exatamente o contrário. Está tão bem, que a filial brasileira está sustentando a matriz espanhola. De janeiro a setembro, o banco lucrou aqui no Brasil R$ 5,7 bilhões, o que representa 25% do lucro mundial. Ou seja: o Santander toma o dinheiro dos trabalhadores no Brasil (e dos clientes, já que as taxas são altíssimas) e manda pra sua sede, na Espanha.
O governo Dilma tem obrigação de intervir nesse processo de demissão em massa provocado por um banco estrangeiro, que lucra bilhões em nosso país. As multinacionais instaladas no Brasil estão levando o dinheiro obtido aqui para salvar suas matrizes lá fora. É um absurdo o governo sangria no Brasil por empresas estrangeiras.
O Santander tem de rever imediatamente as demissões já ocorridas e que parar de demitir mais pais e mães de família, estudantes que precisam do salário para pagar seus estudos.
Texto baseado na Carta à População, distribuída pelo Sindicato dos Bancários de Bauru (SP) –Filiado à CSP-Conlutas
Foto: I, de Presidente Prudente
Fonte: CSPConlutas