Palestinos têm esperança. Sionistas, não. Por Sayid Marcos Tenório.

Por Sayid Marcos Tenório.

Apesar da destruição de infraestruturas e a eliminação de mais de 186 mil palestinos, segundo a Revista Lancet, a maioria crianças e mulheres, o povo palestino continua exibindo paciência, resiliência, patriotismo, apego à pátria e apoio incondicional à sua resistência, com imagens que evidenciam a lendária persistência da nação Palestina entre as ruínas da Faixa de Gaza, em meio a dor e sofrimento insuportáveis.

Enquanto isso, há desespero e imigração reversa com a fuga de um milhão de colonos extremistas dos territórios palestinos ocupados. “Israel” se comporta como quem já perdeu a guerra, no campo de batalha de Gaza, da Cisjordânia e no norte da Palestina ocupada. “Israel” está preso no terrível atoleiro de Gaza e sangrando, numa situação em que primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, insiste em prolongar a guerra para manter sua posição política e atrasar seu julgamento por corrupção.

Some-se a estas frentes de tensão para “Israel”, o ataque das Forças Armadas do Iêmen com a utilização de um míssil balístico hipersônico que atingiu Tel Aviv no domingo 15/09, revelando a debilidade de “Israel” em todos os níveis. O míssil percorreu 2.040 quilômetros em 11 minutos e meio, sem ser interceptado.

Netanyahu iniciou um genocídio em Gaza em 7 de outubro com supostos objetivos de “destruir o HAMAS” e “libertar os israelenses detidos” sob custódia da Resistência. O primeiro-ministro, que lidera o partido de extrema-direita Likud, afirmou que, face a qualquer tipo de pressão, seja interna ou externa, a guerra continuará até que todos os objetivos, até agora não alcançados, sejam alcançados.

Na frente norte, o exército está envolvido em confrontos mortais com o movimento libanês Hezbollah, que vem impondo seguidas derrotas a “Israel” e promovendo o esgotamento dos planos operacionais baseados na força militar excessiva. A guerra em Gaza é uma situação em que não há saída para o regime sionista. O ataque de 7 de outubro foi um golpe decisivo, uma ferida da qual “Israel” não será curado e nem o imperialismo poderá salvá-lo.

O ex-chefe de operações do exército sionista, Israel Ziv, declarou ao Canal 12 israelense que a guerra de “Israel” em Gaza se tornou a guerra mais longa e exaustiva da história da entidade sionista. Segundo sua avaliação, o regime sionista e as forças israelenses estão presas no “terrível atoleiro de Gaza” e a única saída é a retirada imediata das tropas.

Israel já perdeu a batalha na opinião pública mundial, através do evidente crescimento da impopularidade do Estado sionista em todo o planeta. As constantes baixas de “Israel” em todos os terremos e a busca dos sionistas por uma “saída honrosa”, demonstram que o HAMAS não é um inimigo derrotado, mas um adversário resiliente, que dita as regras do combate com aqueles que juraram sua destruição.

Está em gestação uma série de perigos para a continuidade da ocupação sionista. Além do fracasso em todas as tentativas de destruir o Movimento de Resistência Islâmica e ocupar Gaza definitivamente, a escalada de violência na Cisjordânia e o fantasma da uma Terceira Intifada, “Israel” tem se mostrado incapaz de travar uma guerra em grande escala contra o Hezbollah, um inimigo mais formidável que o HAMAS e com grande capacidade militar.

Os soldados sionistas têm se mostrado incapazes de vivenciar um conflito a distância zero contra os combatentes palestinos. Não é à toa que relatórios militares apontam a elevação do consumo de álcool e drogas, bem como de automutilação e suicídio no exército sionista, além da depressão causada pelo stress mental e pelo medo da morte nos combates diretos.

É precisamente neste quesito que as Brigadas Al-Qasam (HAMAS), as Brigadas Al-Quds (Jihad Islâmica) e os demais grupos da resistência, estão demonstrando preparo para atuarem num terreno com as características de Gaza e da Cisjordânia. É um tipo de enfrentamento no qual o apoio aéreo e a artilharia israelenses perdem a sua eficácia, porque não são capazes de atacar sem ao mesmo tempo pôr em perigo os seus próprios soldados.

Mas acima de tudo e mais importante, os combatentes da Resistência têm espírito de coragem e de martírio, o que lhes permite manter a sua vantagem como combatentes jihadistas nesta guerra, que requer métodos táticos adequados para este tipo de enfrentamento, sabendo usar o terreno e monitorar adequadamente os movimentos das forças sionistas.

A guerra genocida de Israel contra o povo palestino na Faixa de Gaza, não será capaz de alcançar nenhum dos seus objetivos agressivos, principalmente o de aniquilar a resistência palestina. Os palestinos serão vitoriosos pelas armas da resistência, porque “Israel” não pode virar um modelo nefasto de colonialismo, opressão e extermínio de um povo originário.

Sayid Marcos Tenório é Historiador, Especialista em Relações Internacionais e vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal). Autor do livro Palestina: do mito da terra prometida à terra da resistência (Anita Garibaldi/Ibraspal).

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