A representação da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba) diante do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas rechaçou o projeto de resolução que está sendo discutido na seção convocada de maneira extraordinária para esta sexta-feira.
“O projeto resolução reflete as pretensões de interferir nos assuntos internos da Síria, sem contribuir com o diálogo nem a busca de paz”, citou a representação, em nome dos Governos de Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua e Venezuela.
Durante sua participação na sessão, a Alba disse que o projeto “carece de equilíbrio e estabelece precedentes negativos para a genuína cooperação em matéria de direitos humanos que deve sustentar o trabalho deste Conselho”.
Os países da Alba manifestaram que não compartilham que “lamentáveis feitos, e sob a suposta proteção de vidas humanas, sejam o pretexto para a intervenção estrangeira. Fazemos um chamado urgente ao imediato cessamento da violência por todas as partes na Síria”.
“Reiteramos nossa solidariedade com o Governo e o povo sírio diante dessa difícil situação que atravessam. Nos preocupa que se repita o mesmo procedimento de interferência aplicado por potências estrangeiras na Líbia”, assinalam.
Além disso, expressaram sua preocupação “pela perda de vidas inocentes em qualquer parte do mundo e condenamos energicamente o assassinato de mais de 100 pessoas (em Houla), em sua maioria mulheres e crianças”.
Nesse sentido, o comunicado da Alba insta a iniciar “uma exaustiva investigação desses crimes e exige que seus autores sejam levados à justiça”.
“Valorizamos os passos do Governo sírio na atenção das legítimas exigências de quem se manifestou pacificamente (…) e o programa de reformas levado a cabo; além de sua disposição para implementar o plano de paz de Kofi Annan”, sustentou a Alba.
Também manifestaram sua confiança no povo sírio para solucionar seus problemas, sem uma interferência estrangeira “que provocaria graves consequências à paz mundial, em especial na região do Oriente Médio”.
“Reiteramos a importância de respeitar a soberania, a integridade territorial e autodeterminação a que tem direito o povo sírio”, sublinha o texto.
No início da sessão, a Alta Comissão adjunta da ONU para os Direitos Humanos, Kyung-wha Kang, falou de “informações que sugerem que Shabiha (grupos paramilitares e pró-governamentais) entrou nas populações e que poderia ser responsável por dezenas de assassinatos”.
Da mesma forma, a ONU condena pelos feitos ao Governo de Bashar al-Assad e reclama ao Conselho de Segurança “considerar a possibilidade de referir o caso à Corte Penal Internacional (CPI)”.
Kang agregou que a comunidade internacional “deve pôr todo seu peso por trás do plano de paz” de Kofi Annan, porque “caso contrário, a situação na Síria pode derivar em um conflito em toda regra e pôr em grave perigo o futuro do país, assim como de toda a região”.
A notícia é da TeleSUL
Tradução: http://www.adital.com.br/