Ousadia e desalentos dos viajantes. Por Carlos Weinman.

Imagem ilustrativa. Pixabay.

Por Carlos Weinman, para Desacato. info.

Aquela que buscou despertar,

O primeiro voo parecia deslumbrar,

Até a queda fazer relembrar,

Que a condição humana pode ser comparada com o mais fraco fio do tear,

Mas mesmo diante da consciência da fragilidade,

Foi capaz de lançar-se para descoberta de sua identidade,

Descobriu o seu eu no outro e na relação,

Sonhos começou a projetar,

Por vezes, despiu-se da razão,

Para dar lugar a emoção,

Nas discussões sobre a veracidade,

Só queria um pouco de honestidade,

A estranheza do mundo atravessou a sua mocidade,

Agora, aquela que tanto procurou não está presente,

Incógnita da condição humana:

A esperança se revela incômoda,

Por indicar a necessidade de esperar,

Enquanto confiam,

Não sabem se é vida que irão encontrar

Ou se a morte já tomou o seu lugar!

A inconformidade lança o seu desafio:

Não é possível esperar!

Não dá para ter esperança!

É preciso buscar e lutar!

É impreterível encontrar aquela que um dia trilhou o caminho da busca.

No entanto, a inconformidade é ousada, grita, feito uma louca:

Parem de esperar!

Parem de ter esperança!

Chegou o momento de agir,

Talvez possam diante da ação fazer emergir,

Uma pista de sua presença ou até mesmo uma vida salvar!

Por outro lado, o silêncio é nebuloso,

Não há pistas para onde vai,

Se é rebelde ou conformista,

No silêncio uma surpresa sempre pode surgir!

Os viajantes desalentados procuram,

Não esperam, gritam com um sentimento motriz para o mundo: onde estará Inaiê?

Enquanto procuram,

O desafio é achar uma semente de bom senso,

Objetivo é não entrar em desespero,

Para continuar a trajetória,

Os viajantes, por vezes são sufocados por sentimentos nebulosos do silêncio,

Não procuram a glória,

E nem por isso concedem ao tempo a espera,

Para eles a ousadia é melhor do que doce e falsa inocência.

Diante da dor, os gritos ressoam com toda a veemência,

Denunciam o estigma, o desespero dos viajantes.

Todavia, sempre tem aqueles que berram mais alto com o objetivo de silenciar,

Já que a ousadia dos estranhos do mundo tende a incomodar,

Por desvelar as mazelas da estranheza,

A força empregada para calar tende ser forte,

Muitas vezes traz os ventos, as turbulências, mas com sorte,

Não levam a morte,

Apenas destroçam,

Contudo, nem sempre é assim,

Já que nem sempre há sorte!

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Carlos WeinmanPossui graduação em Filosofia pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (2000) com direito ao magistério em sociologia e mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (2003), pós-graduado Lato Sensu em Gestão da Comunicação pela universidade do Oeste de Santa Catarina. Atualmente é professor da Rede Pública do Estado de Santa Catarina. Tem experiência na área de Filosofia e Sociologia com ênfase em Ética, atuando principalmente nos seguintes temas: estado, política, cidadania, ética, moralidade, religião e direito, moralidade e liberdade.

Assista a coluna, todo domingo, 20h30.

Leia a edição de semana passada, das crônicas dos viajantes: 

É preciso acordar! Por Carlos Weinman.

 

 

 

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