Os EUA liberam voos para Cuba e o bloqueio para quando

Foto: Diario de Cuba
Havana, 2 de jun (Prensa Latina) Os Estados Unidos suspenderam as restrições aos voos para aeroportos cubanos além desta capital, no que seria a primeira aplicação prática do conjunto de iniciativas limitadas anunciadas em 16 de maio.

As restrições foram herdadas pelo democrata Joe Biden de seu antecessor republicano, Donald Trump, que durante seu mandato (2017-2021) adotou pelo menos 243 disposições destinadas a reforçar o atual bloqueio contra o país caribenho por mais de seis décadas.

O Departamento de Transportes (DOT), a pedido do secretário de Estado, Antony Blinken, publicou na véspera a ordem que revoga aquelas proibições mantidas mesmo durante a crise sanitária da Covid-19.

A recente ordem do DOT também elimina os limites de frequência de voos fretados, segundo os meios de comunicação do norte do país, embora sem alusão ao fato de que o plano de asfixia contra os cubanos permanece intacto.

No entanto, Blinken afirmou que o governante democrata tomou a decisão (em relação aos voos) “em apoio ao povo cubano e no interesse da política externa dos Estados Unidos”.

A mesma retórica usada, quando, na época, eles informaram sobre o conjunto de medidas, quase um ano e quatro meses depois de Biden assumir a presidência e pelo valor de face de um longo processo de revisão de sua política em relação à maior das Antilhas.

Entre as disposições previstas estão a eliminação do limite de remessas, a reautorização das chamadas viagens interpessoais e o programa de reagrupamento familiar, todos suspensos por Trump.

Os serviços consulares em sua embaixada em Havana e outros regulamentos também serão ampliados para “aumentar o apoio ao povo cubano (…) (que) enfrenta uma crise humanitária sem precedentes”, causada precisamente pelo cerco econômico unilateral que mencionam.

Trump interrompeu o processamento de vistos, restringiu remessas, limitou viagens e voos, entre as 243 ordens adotadas durante seu mandato, que apertou o bloqueio econômico, financeiro e comercial na ilha.

Durante sua campanha eleitoral, o então candidato Biden prometeu reverter as políticas de seu antecessor para evitar mais sofrimento, disse ele, às famílias cubanas, em vez disso, ao se sentar na cadeira presidencial, adotou mais sanções contra a maior das Antilhas.

Reagindo a esse anúncio, o ativista Carlos Lazo destacou que foi o “primeiro de muitos passos que levarão ao levantamento do bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba”.

O coordenador do projeto solidário Puentes de Amor comentou em declarações à Prensa Latina que essas medidas podem ser o início do caminho para “a normalização das relações” entre os dois países.

“Mas queremos deixar claro que este deve ser o primeiro de muitos passos que levam ao levantamento de todas as sanções que pesam sobre o povo de Cuba, ao levantamento do bloqueio”, enfatizou o professor residente na cidade de Seattle. .

Este é o primeiro passo, alertou, para começar a desmantelar uma política fracassada que há mais de 60 anos “a única coisa que fez foi causar dor ao povo cubano, criar dor na família cubana”.

Em 23 de junho de 2021, a Assembleia Geral das Nações mais uma vez se pronunciou de forma esmagadora contra o bloqueio econômico contra Cuba e exigiu o fim dessas medidas coercitivas unilaterais.

A resolução obteve 184 votos a favor e apenas dois contra, os Estados Unidos e seu fiel aliado Israel, além de três abstenções (Colômbia, Brasil e Ucrânia).

Esta resolução (A/75/L.97) junta-se às 28 já aprovadas anualmente desde 1992, quando a Assembleia Geral iniciou a votação sobre o tema, com a única exceção de 2020 devido à pandemia de Covid-19.

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, afirmou no debate que antecedeu a votação do ano passado que o bloqueio é uma violação massiva, flagrante e sistemática dos direitos humanos da população da ilha e alertou que, segundo a Convenção de Genebra de 1948, “constitui um ato de genocídio”.

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