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Se a história passará fatura, de forma implacável, a este governo que conduz o Brasil ao entreguismo e o atraso, serão as novas gerações que verão. O dano que o bolsonarismo exerce hoje sobre o país demorará muitos anos em ser revertido. A traição aos interesses da nação e a covardia de aproveitar-se da pandemia para arrematar tudo o que, nas mãos de Bolsonaro e Paulo Guedes, já era moribundo, não tem limites. A negação da realidade e a cobiça das elites governamentais transformaram o Brasil numa caricatura de si próprio.
Nesse cenário tem empresas públicas que são emblemáticas e cuja privatização, total ou parcial, faz parte dos planos diários dos vendilhões que governam. Na sexta-feira passada o BNDES entregou ao consórcio Postar a realização de estudos para ver quem seria parceiro ideal do setor privado para morder o que ao povo brasileiro pertence.
Depois desta escolha, o governo e seu ministro da destruição nacional enviarão ao Congresso uma proposta de projeto de lei para regulamentar o saqueio aos interesses nacionais. Quem duvida que, mais cedo ou mais tarde, esse Congresso fisiológico e antinacional vai aprovar a entrega do patrimônio público?
Os estudos serão coordenados pelo BNDES com a supervisão do Comitê Interministerial instituído pelo Decreto 10.066/2019 que incluiu os Correios no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Ou seja, no programa, o “Brasil está de Leilão”: vende-se tudo a preço de banana se necessário, mas, vende-se. A mídia tradicional invoca o termo desestatização para amenizar esta entrega e privatização do que era de todas e todos. Essa mesma mídia que desde a ditadura de 64 não parou de atacar o Estado como demônio culpado por todos os males da Casa Grande.
Uma das piores histórias que a Argentina recente sofreu é a privatização dos correios. Um endividamento brutal, demissões a rodo, ausência de investimentos prometidos e aumento das tarifas do serviço foram alguns dos males que Maurício Macri fez ao correio argentino. Acrescenta-se a isso escândalos de corrupção, desvios de recursos e benefícios diversos em favor da família Macri.
Os trabalhadores dos correios prometem intensificar a luta para que isso não se repita no Brasil. Mas o problema não é só deles e não podem lutar sozinhos. O Brasil todo está sendo desmontado e destruído. O governo covarde e antissocial conduz o país ao desemprego, a miséria e a exclusão social aproveitando-se da pandemia que imobiliza e já matou mais de 114 mil pessoas, e tem 3 milhões e meio de infectados.
Bolsonaro faz festas privadas e celebra a “luta contra a pandemia”. Pretende esconder a derrota sanitária e a estela de morte que seu governo deixará de herança imutável para as gerações que vão nos suceder. O imperador alucinado continua leiloando o Brasil enquanto pisa os cadáveres dos quais ele também é responsável.