Cinco jovens foram brutalmente assassinados em Maricá, no Rio de Janeiro. O crime ocorreu no conjunto habitacional federal “Minha Casa, Minha Vida” na madrugada de Domingo (25), por volta das 5h30 da manhã.
A PM confirmou o nome das vítimas e são Patrick da Silva Diniz, Matheus Baraúna (16), Sávio Oliveira (20), Matheus Bittencourt (18) e Marco Jhonata (17).
De acordo com as testemunhas, as vítimas foram surpreendidas por homens armados em uma moto, que se identificaram como sendo da milícia local.
— O meu filho deixou amigas em casa e veio cumprimentar alguém. Chegaram dois homens, mandaram eles deitarem no chão, deram um tiro na cabeça de cada um e saíram gritando “Aqui é milícia e vamos voltar”. Uma testemunha viu tudo — contou July Mary Silva, de 34 anos, mãe de Marco Jonathan, ao Jornal Extra.
O secretário de Direitos Humanos e Participação Popular de Maricá, João Carlos Birigu, confirmou que pelo menos um dos meninos era organizador da Roda Cultural que acontecia no município.
— O Sávio trabalhava em rodas de hip-hop com a gente aqui. Era uma atividade de lazer e conscientização, uma forma de trazer a juventude para a cultura. Eles mesmo articulavam e o objetivo da secretaria era dar suporte.
Familiares das vítimas e amigos afirmam que pelo menos três deles eram envolvidos com a roda cultural e que tinham o sonho de viver do Hip Hop, levando cultura para os que mais necessitavam.
— Tinham feito uma página no Facebook. Ele ia ser o professor de passinho e o Sávio, o DJ. Íamos exigir que as crianças tirassem notas boas na escola. O Mateus (outra vítima) também estava nesse projeto. Já tínhamos logomarca, íamos fazer uniforme… estava muito no início — falou July, que defendeu o filho. — Eu gostaria de desmentir que meu filho é bandido. Não era. Ele era usuário (de droga), mas estudante, nunca fez mal pra ninguém, nunca roubou. Há três anos, na inauguração do condomínio, ganhou o concurso do passinho. O sonho dele era ser cantor de rap. Todos eles gostavam disso. — Contou ao Jornal Extra
Em nota, a Prefeitura Municipal de Maricá se declarou sobre o assunto:
“A prefeitura vê com indignação a ocorrência de qualquer crime na cidade diante dos esforços que vem sendo empreendidos no sentido de melhorar a segurança da população. No caso do residencial Carlos Marighella, em Itaipuaçu, consideramos a situação inadmissível justamente pelo fato de o município vir atuando muito para levar serviços e cidadania a todos os moradores, uma ação institucional permanente de geração de trabalho e renda. Neste sábado realizada uma importante atividade vinculada ao ensino gratuito para jovens e adolescentes e nos últimos meses escolas e postos de saúde foram agregados aos dois residenciais do Minha Casa, Minha Vida, que são abertos e funcionam como qualquer outro bairro da cidade. A prefeitura decretou luto oficial de três dias, está acompanhando as investigações e cobrará providências para que o caso seja esclarecido rapidamente pelas autoridades policiais. Vamos também redobrar os esforços em termos de ações sociais que melhorem a vida de todos os que ali foram residir”.
Ocorrerá na tarde desta segunda-feira (26), um ato em prol da vida dos 5 meninos executados. O ato ocorrerá na Praça Central, em Maricá e começará às 15h. É de suma importância a presença de todos os que puderem participar e o compartilhamento do evento.
O Hip Hop resiste!