Entre as múltiplas vozes – as quais se soma a da Agência Pressenza – que repudia o anúncio do presidente argentino sobre sua intenção de habilitar as Forças Armadas para atuar em “tarefas de segurança interna”, recebemos desde a articulação social “Diálogo 2000” – Jubileu Sul Argentina o seguinte comunicado que reproduzimos na íntegra:
Entre muitas(os) levantamos a voz no sábado passado, na marcha “Nunca mais ao FMI, Ao Pagamento da Dívida Fraudulenta e ao G20”: este modelo de economia especuladora, extrativista e excludente, reforçado agora pelo Acordo Macri-FMI de ajuste, pilhagem e dívida, não fecha sem maior repressão. Por isso também convocamos a seguirem mobilizado contra o acordo e a presença do FMI e do G20, por um bloqueio independente dos povos e países para recuperar o que tem sido cobrado ilegitimamente, e por um estrondoso “NÃO” à repressão, às bases militares estrangeiras e ao uso das forças armadas argentinas em tarefas de segurança interna. Neste mesmo espírito assinamos a declaração do Encontro Memória, Verdade e Justiça, e convidamos a todas as organizações a se pronunciar e a se mobilizar a respeito.
NÃO AO USO DAS FORÇAS ARMADAS PARA A REPRESSÃO INTERNA
Macri anunciou hoje eu plano de reformas para as Forças Armadas. Em um ato realizado no Campo de Maio, apresentou a proposta em marcha da reforma do Sistema de Segurança Nacional, onde as Forças Armadas cumpiriam uma nova legislação, com ênfase na luta contra o narcotráfico e o terrorismo. Para que fique claro, Macri afirmou que a Argentina necessita de “Força armadas que sejam capazes de enfrentar os ‘desafios e ameaças’ do século XXI, como o narcotráfico e o terrorismo internacional”.
O governo que disse que Santiago Maldonado estava no Chile, o governo que protegeu a prefeitura frente o assassinato pelas costas de Rafael Nahuel, o governo que reprimiu a trabalhadores, legisladores e vizinhos com panelas, que se opunham à reforma prisional, o governo que reivindica a teoria de Chocobar [jovem morto pela polícia] e o gatilho fácil, o governo desde sua suposição nega o genocídio, impulsiona o 2×1 para crimes de lesa humanidade e respalda a prisão domiciliar dos genocidas, nos disse de sua maneira “modernizante” para os tempos que vem é voltar a habilitar as forças armadas para a repressão interna, como nas épocas da ditadura. Não podemos deixar que este plano avance.
Desde o Encontro Memória, Verdade e Justiça convocamos a todas as forças, sociais, políticas, estudantis e de direitos humanos a expressar nosso profundo repúdio a estas medidas e o compromisso de luta para que este plano nefasto não avance.
ENCONTRO MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA
Buenos Aires, 23 de julho de 2018.