Por Christiane Peres.
A sessão da Câmara desta quarta-feira (18) foi marcada por nova obstrução. As legendas de Oposição querem pôr na pauta a Medida Provisória (MP) 1000, que prorroga o auxílio emergencial, na expectativa de alterar a proposta do governo que reduz o benefício para R$ 300, e garantir aos trabalhadores o valor aprovado no início da pandemia pelo Congresso, ou seja, R$ 600.
“Nossa obstrução é para forçar o governo e a sua base a aceitar a votar a MP 1000. Não conseguimos imaginar que o governo tenha cortado pela metade o benefício e este Parlamento não fará nada. O governo corta o auxílio emergencial no momento mais difícil, onde temos 14 milhões de desempregados. Não há acordo enquanto o governo não aceitar votar a MP 1000”, destacou a líder do PCdoB na Câmara, deputada Perpétua Almeida (AC).
Em pauta estava a MP 993/2020, que prorroga o prazo o prazo de contratos de empregados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Apesar de não haver óbice à matéria, os parlamentares reforçaram a urgência de restabelecer o valor original do auxílio emergencial aos trabalhadores.
“Se é democrático, se querem votar tudo, votemos a MP 1000. Se o governo tem maioria, por que tem medo de votar a MP? Deem-nos o direito de disputar os R$ 600”, afirmou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) ao declarar obstrução na votação da MP 993.
A vice-líder da Minoria, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), ao cobrar a votação da MP 1000, reforçou a preocupação com o avanço da miséria no país. “Essa é a MP do humanismo. Nós estamos vendo o novo crescimento da curva de contágio pelo coronavírus. É necessário prover as famílias. Estamos em obstrução não pelo conteúdo da matéria, mas pela necessidade de sermos solidários com o povo brasileiro”, explicou.
A MP 1000 já está em vigor. O texto, no entanto, recebeu 262 propostas de alteração de deputados e senadores. A maior parte delas com o objetivo de retomar os R$ 600 do auxílio emergencial.