Operação em condomínios de luxo prende suspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle

Justiça expediu 13 mandados de prisão preventiva contra a organização criminosa Escritório do Crime, braço armado de milícia que atua em Rio das Pedras, especializada em assassinatos por encomenda.

Foto: Mídia Ninja.

Uma operação liderada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, prendeu ao menos cinco suspeitos de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

Segundo informações do jornal O Globo, os presos são integrantes da milícia mais antiga e perigosa do estado. Para a ação, que mobiliza cerca de 140 policiais, a Justiça expediu 13 mandados de prisão preventiva contra a organização criminosa Escritório do Crime, especializado em assassinatos por encomenda.

O número de bilionários no mundo quase que dobrou desde a crise financeira de 2007-2008 – de 1.125 em 2008 para 2.208 em 2018. Segundo o relatório, o Brasil tinha 42 bilionários em 2018, com riqueza total de US$ 176,4 bilhões. Na América Latina e Caribe, o 1% mais rico concentra 40% da riqueza da região.

Na ação, foi preso o major da Polícia Militar Ronald Paulo Alves Pereira, de 43 anos, investigado por integrar a cúpula do Escritório do Crime. Foi denunciado por comandar os negócios ilegais como grilagem de terra e agiotagem. É réu no processo de homicídio de cinco jovens na antiga boate Via Show, em 6 de dezembro 2003, e vai a júri em abril deste ano. O oficial mora no condomínio fechado Essence, perto do Parque Olímpico, na Zona Oeste. Segundo moradores, os apartamentos mais caros valem mais de R$ 1 milhão.

Também foi preso Manuel de Brito Batista, o Cabelo – que atua na quadrilha como contador e gerente armado. Os agentes encontraram Cabelo dormindo em seu quarto, em uma casa no condomínio de luxo Floresta Country Club, na Estrada do Bouganville 442, bloco C1.

A denúncia do MP aponta a milícia de Rio das Pedras como a responsável pela extorsão de moradores e comerciantes da região com cobranças ilegais de taxas referentes a “serviços” prestados. O grupo também oculta bens adquiridos com proventos das atividades ilícitas e falsifica documentos públicos.

Os suspeitos foram denunciados ainda por praticar agiotagem e utilizar ligações clandestinas de água e energia, além de manter a exploração das atividades típicas das milícias para o domínio territorial: cobrança por serviços de TV a cabo (“gatonet”), gás, taxas de proteção de comerciantes e moradores e transporte alternativo.

 

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