O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na noite desta terça-feira (11/12) que a operação cirúrgica realizada em Cuba para retirar um câncer no presidente Hugo Chávez “foi um sucesso”.
Maduro, apontado por Chávez como seu sucessor caso ele não consiga se recuperar, realizou um pronunciamento nacional no rádio e na televisão e agradeceu o amor dos venezuelanos, latino-americanos e cidadãos do mundo. Agora, segundo Maduro, Chávez já se encontra em seu quarto, acompanhado da família e de alguns de seus principais assessores e passará ao estágio pós-operatório, que deverá durar vários dias.
“Queremos agradecer todo o amor, o puro amor, o maior amor que essa gente de bem dessa terra venezuelana já dedicou com sua oração para que essa operação culminasse corretamente e de maneira bem sucedida”, disse Maduro, que classificou a operação de “complexa”.
Segundo Maduro, a operação de Chávez durou seis horas, encerrando-se pouco antes da meia-noite de quarta-feira (12).
Maduro também deu recado à oposição e aos inimigos de Chávez: “A dor coletiva de um povo gera mais dignidade e consciência da hora que estamos vivendo. Aos adversários, opositores, inimigos de nossa pátria, e sobretudo a estes que são venezuelanos e nasceram aqui: basta, chega de destilarem ódio e veneno contra o presidente Chávez, respeitem-no, e respeitem a tristeza e a dor de um povo digno que se fez livre sob o manto e a batuta desse grande homem (…) Frente a eles ergamos a bandeira de Bolívar e o amor”.
O vice-presidente, que também ocupa o cargo de chanceler, finalizou o discurso jurando lealdade ao presidente e convocou o povo a participar das eleições estaduais venezuelanas, marcadas para este domingo (16/12).
Histórico
No último domingo (09/11), o líder venezuelano surpreendeu as autoridades e o público internacional com o anúncio, em cadeia nacional na rádio e televisão, de que seu câncer havia retornado e que ele teria de se submeter a um novo tratamento na ilha caribenha. É a quarta vez que Chávez passa por procedimento cirúrgico por conta da doença, localizada na região pélvica e contra a qual luta desde 2011, mas já acreditava estar curado.
Agência Efe (11/12)
Apesar de demonstrar otimismo, o presidente venezuelano admitiu que toda operação “apresenta riscos” e reconheceu a possibilidade de não terminar o atual mandato nem assumir o próximo “se algo acontecer”.
Reeleito no dia 7 de outubro com 55% dos votos, Chávez indicou o vice-presidente e chanceler, Nicolás Maduro, como nome para uma hipotética nova eleição presidencial. Um novo pleito terá de ser realizado caso o presidente não tenha condições de assumir o posto no dia 10 de janeiro de 2013.
“Maduro não só nessa situação deve concluir como manda a Constituição o período, mas minha opinião firme, plena como a lua cheia, irrevogável absoluta e total, é que nesse cenário que obrigaria a convocar eleições presidenciais vocês elejam Nicolás Maduro como presidente. Lhes peço de coração”, disse Chávez em cadeia nacional.
O líder bolivariano desembarcou no aeroporto internacional José Martí em Havana na madrugada de segunda-feira (10/11), aonde foi recebido pelo presidente cubano, Raúl Castro.
Sua viagem foi aprovada, por unanimidade, pela Assembleia Nacional da Venezuela.
Em seu primeiro dia na ilha caribenha, Chávez recebeu a visita de Correa, Raúl e Fidel Castro que conversaram juntos em uma sala decorada com o quadro de Simón Bolívar.
(*) com agências de notícias internacionais
Fonte: Ópera Mundi.