O relatório, intitulado “O Clima Global em 2015-2019”, foi divulgado no domingo (22) para informar a Cúpula de Ação Climática do secretário-geral da ONU, que será realizada em Nova York nesta segunda-feira (23).
“As causas e impactos da mudança climática estão aumentando ao invés de desacelerar”, alertou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.
A lista de notícias ruins sobre o estado do planeta é longa e está detalhada no documento da OMM.
Temperaturas anormais
Os sinais alarmantes, como o aumento do nível do mar, a perda de gelo ou fenômenos meteorológicos extremos, todos aumentaram entre 2015 e 2019. Este último ano deverá se tornar o quinto ano mais quente já registrado. Um aumento de 20% nos níveis de gases de efeito estufa elevou as temperaturas médias globais em 1,1 graus Celsius, acima do nível pré-industrial.
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No últimos anos, ondas de calor generalizadas, incêndios que batem recordes, ciclones tropicais, inundações e secas levaram à perda de vidas e colheitas em muitos países.
O gelo está se derretendo a um ritmo crescente na Antártida e na Groenlândia, tornando-se o principal fator que contribui para a subida do nível do mar.
Perdas humanitárias e econômicas
“Como vimos este ano, com efeitos trágicos nas Bahamas e em Moçambique, o aumento do nível do mar e tempestades tropicais intensas levaram a catástrofes humanitárias e econômicas“, acrescentou Taalas.
O secretário-geral da OMM acrescentou ainda que os ciclones tropicais foram a causa das maiores perdas econômicas atribuídas ao clima extremo.
A temporada de furacões no Atlântico de 2017 foi a que causou mais danos desde que há registo, com mais de 125 mil milhões de dólares de perdas associados ao furacão Harvey.
A Cúpula do Clima da ONU foi convocada pelo secretário-geral da organização, António Guterres, para incentivar os líderes mundiais a serem mais ambiciosos no combate ao aquecimento global.
Brasil excluído da cúpula
O Brasil não irá discursar na cúpula porque, segundo artigo da Folha de S. Paulo, a ONU selecionou outros países que enviaram propostas consideradas mais ambiciosas. Também foram vetados Estados Unidos, Arábia Saudita, Japão, Austrália e Coreia do Sul.
O diretor de políticas públicas da ONG SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, acredita que a exclusão do Brasil é justa porque o país “não fez a lição de casa”.
“Acho que a ONU está chamando a atenção do Brasil. Ela não proibiu, a condição para se participar desse evento era ter feito o documento […] O Brasil perdeu crédito, habilidade e está colocando em risco nossa economia e nossa sociedade com posturas tão obtusas e atrasadas”, disse Mantovani à Sputnik Brasil.