Nações Unidas, 18 dez (Prensa Latina) A Assembleia Geral das Nações Unidas chamou hoje a continuar as negociações para “uma solução política justa, duradoura e mutuamente aceitável que conduza à livre determinação do povo do Saara Ocidental”.
Em uma resolução aprovada nesta terça-feira, a máxima instância da ONU também reafirmou a responsabilidade da organização mundial com o povo do Saara Ocidental.
Promoveu o diálogo entre a Frente Polisário e o governo de Marrocos, país que ocupa esse território desde que os colonialistas espanhóis saíram em 1976, e fez um chamado a “todas as partes e Estados da região” a cooperar.
Também felicitou a gestão do secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, e seu enviado para o Saara Ocidental Christopher Ross, para encontrar uma solução política mutuamente aceitável à controvérsia que conduza à livre determinação do povo saariano.
A Assembleia Geral pediu às partes que cumpram suas obrigações segundo o direito internacional humanitário e que cooperem nessa matéria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Destacou além disso o compromisso da Polisário e Marrocos de manter sua vontade política e uma atmosfera propícia ao diálogo para entrar em “uma fase mais intensiva de negociações, de boa fé e sem condições prévias”.
As Nações Unidas promovem um processo de negociações entre Marrocos e a Polisário, cuja etapa oficial ficou interrompida em 2008 e foi seguida de nove rodadas de contatos informais, paralisados também desde março passado.
Desde 1991 a organização mundial mantém uma missão no Saara Ocidental com a tarefa de realizar um referendo de autodeterminação no território saariano.
Há três semanas, o enviado da ONU para o Saara Ocidental afirmou que manter o atual status quo em torno desse problema é um sério erro ante a atividade de terroristas, extremistas e criminosos na região.
Depois de informar ao Conselho de Segurança sobre suas mais recentes gestões na área, Ross assinalou que o conflito tomou tempo demais e “pode ser resolvido se existe a vontade de empreender um diálogo real e comprometido”.
Alertou que a ameaça que representam os elementos terroristas, extremistas e criminosos que operam no Sahel podem piorar a situação, alimentar a frustração e desatar uma violência e hostilidade renovadas que seriam trágicas para a região.