Com 0,944, Noruega é o país com o IDH mais alto do mundo; na foto, a capital Oslo
O relatório sobre o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), divulgado pela ONU nesta segunda-feira (14/12), aponta que o índice de países em desenvolvimento continua a crescer, mas a um ritmo menor do que na década passada. Entre 2000 e 2010, o IDH de países em desenvolvimento cresceu a uma média anual de 1,2%; porém, entre 2011 e 2014, o ritmo foi de apenas 0,7%.
Mesmo assim, a ONU afirma 2 bilhões de pessoas saíram de condições de baixo desenvolvimento humano nos últimos 25 anos. Em relação a 1990, o número de pessoas vivendo em países de IDH baixo caiu 60%, de 3,2 bilhões para 1,2 bilhão. Países como Gana e Namíbia estão entre os 19 que saíram dessa categoria. Além disso, existem 34 países a mais na categoria de IDH muito alto, o que representa um total de 1,2 bilhão de pessoas vivendo em boas condições de desenvolvimento humano, frente a 0,5 bilhão em 1990.
Os cinco primeiros do ranking deste ano são, na, Noruega, Austrália, Suíça, Dinamarca e Holanda. Os países que mais caíram no ranking foram a Líbia (27 posições) e a Síria (15 posições), dois países que vivem conflitos armados internos.
O IDH do Brasil neste ano ficou em 0,755 (alto) e o país caiu no ranking, para o 75º lugar. Na 13ª posição na América Latina e Caribe, o Brasil está acima da média regional, de 0,748.
A ONU aponta também que o crescimento econômico de um país não se traduz necessariamente em aumento do desenvolvimento humano, e vice-versa. O Chile e a Guiné Equatorial possuem patamares semelhantes de renda, porém diferem nos níveis de IDH – o chileno é 0,832 (muito alto) e o guinéu-equatoriano é 0,587 (médio). A Nova Zelândia é um país com IDH muito alto (0,913, ocupando a décima posição no ranking mundial), mas com níveis baixos de renda.
O índice
Para determinar o IDH, que é indicado entre 0 e 1, a ONU utiliza critérios como escolaridade, renda nacional, expectativa de vida e mortalidade infantil. Os dados divulgados neste ano se referem a 2014. O PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) mede anualmente o IDH dos países desde 1990.
A ONU não leva em conta a desigualdade social no cálculo do IDH, pelo fato de que parte dos países não possui dados suficientes sobre esse critério, o que inviabiliza um ranking mundial. As Nações Unidas elaboram o IDH-D (Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade), segundo o qual o Brasil registra uma queda de 26% no índice. Em relação ao IDH-D, o Brasil se encontra abaixo da média regional da América Latina e Caribe. Ao se considerar a desigualdade, a Noruega, por exemplo, perde apenas 5,4% do IDH.
Trabalho
Um dos pontos centrais do relatório deste ano foram as condições de trabalho ao redor do mundo. Segundo a ONU, 830 milhões das pessoas que trabalham vivem com menos de US$ 2 por dia, o que as classifica como trabalhadores pobres. Há 200 milhões de pessoas desempregadas no planeta e 21 milhões exercendo trabalho forçado.
“O progresso humano será mais rápido quando todos os que desejam trabalhar tiverem a oportunidade de o fazer em circunstâncias dignas. O que se verifica em muitos países, porém, é que as pessoas são frequentemente excluídas do trabalho remunerado ou recebem menos do que outros por trabalho de igual valor”, disse Selim Jahan, principal autor do relatório da ONU.
Fonte: Opera Mundi