O Mais Médicos permitiu preencher 18.240 vagas em 4.058 municípios brasileiros e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas. Dessas, 11.429 foram ocupadas por profissionais cubanos. Em dois anos, de janeiro de 2013 a janeiro de 2015, o número de consultas na Estratégia nacional de Saúde da Família aumentou 33% nos municípios que participaram do programa, fruto de uma parceria entre os governos de Brasil e Cuba e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Em Dublin para o Quarto Fórum Global em Recursos Humanos para a Saúde, o representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) no Brasil, Joaquín Molina, apresentou na terça-feira (14) os resultados do Mais Médicos. A agência da ONU viabiliza a vinda de profissionais de saúde estrangeiros para o Brasil. Em dois anos, de janeiro de 2013 a janeiro de 2015, o número de consultas na Estratégia nacional de Saúde da Família aumentou 33% nos municípios que participaram do programa.
“O trabalho desenvolvido por Brasil, Cuba e OPAS para o Mais Médicos envolve a intensificação e a expansão de vínculos solidários entre países em desenvolvimento. Os acúmulos nesses quatro anos em termos de arranjos, soluções, de gestão técnica e política se constituem em legados e carregam a mensagem de que é possível, sim, implementar mudanças e estratégias ousadas, que visam o desenvolvimento de um país em cooperação com outros”, elogiou Molina.
No primeiro ano do Mais Médicos, a cobertura de atenção básica de saúde aumentou de 10,8% para 24,6%. Quando considerada toda a Estratégia de Saúde da Família, a cobertura populacional cresceu de 62,7% para 70,4% no mesmo período.
Três eixos compõem a iniciativa: o primeiro prevê a melhoria da infraestrutura nos serviços de saúde.
O segundo diz respeito à disponibilização emergencial de médicos, tanto brasileiros – formados dentro ou fora do país -, quanto estrangeiros – intercambistas individuais ou selecionados por meio dos acordos com a OPAS. O terceiro visa à ampliação de vagas nos cursos de medicina e nas residências médicas, com mudança nos currículos de formação para melhorar a qualidade do atendimento.
Na avaliação do dirigente da OPAS no Brasil, o Mais Médicos também permitiu lidar com as determinantes sociais da saúde, sobretudo entre populações vivendo em situação de vulnerabilidade. “Isso tem garantido o acesso a ações e serviços de saúde baseados na cidadania”, disse Molina.
A agência regional da ONU tem acordos com os governos do Brasil e de Cuba a fim de trazer médicos cubanos para atuar no setor de Atenção Básica do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro. O trabalho conjunto permitiu preencher 18.240 vagas em 4.058 municípios brasileiros e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas. Dessas, 11.429 foram ocupadas pelos profissionais do país caribenho.
Uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), mostrou que 94% dos 14 mil entrevistados disseram estar satisfeitos com os médicos do programa.
No mesmo painel em Dublin, o secretário-executivo do Ministério da Saúde do Brasil, Antônio Nardi, lembrou os fundamentos do SUS, como universalidade, equidade e integralidade, assim como o funcionamento da estrutura compartilhada entre os governos federal, estaduais e municipais no país.
“Nossa política nacional pactuada com os conselhos nacionais, que representam estados e municípios, é construída de modo a alcançar o vasto território brasileiro e a permitir o acesso de todos os cidadãos ao Sistema Único de Saúde”, explicou.
Também presente, o professor Luiz Augusto Facchini, da Universidade Federal de Pelotas, fez uma análise da cobertura populacional alcançada pela Estratégia Saúde da Família, incluindo o período após o Terceiro Fórum Global em Recursos Humanos para a Saúde, realizado em 2013, em Recife (PE), no Brasil.
O especialista pontuou que houve uma “melhoria notável” em relação à equidade da cobertura populacional pela Estratégia Saúde na Família, com contribuição “significativa do programa Mais Médicos”.
Fonte: Rede Mundo