A situação está se agravando na Somália – onde cerca de 6,2 milhões de pessoas, metade da população do país, precisa de assistência humanitária para sobreviver. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou que o país está sob risco de fome, colocando a vida de milhões em jogo, numa situação que deteriora-se rapidamente. Duas estações consecutivas de chuvas fracas causaram grave seca na Somália, páís mais oriental da África, localizado abaixo da Península Arábica. Centenas de milhares de pessoas já tiveram que abandonar suas casas e caminhar longas distâncias em busca de alimentos, água e outros recursos de primeira necessidade.
Esta é uma crise crescente. O número de pessoas precisa de assistência humanitária para sobreviver subiu de 5 milhões para 6,2 milhões em apenas seis meses. À medida que a água potável torna-se cada vez mais escassa e cara, as pessoas começam a beber água de fontes não confiáveis, o que tem provocado surtos de cólera e outras doenças. Com a chegada das chuvas, a contaminação deve aumentar. Além disso, um número estimado de 2,9 milhões de pessoas precisam de ajuda alimentar urgente. As crianças são as que mais sofrem com a crise. Quase 1 milhão de crianças deverão enfrentar desnutrição aguda este ano no país, e 185 mil poderão morrer em breve se não receberem assistência médica urgente. A maioria dos deslocados internos pela seca são mulheres e crianças. Os homens da família tendem a ficar para trás cuidando da casa e dos rebanhos. Ao se separarem dos homens, meninas e mulheres tornam-se vulneráveis à violência de gênero.
Lentidão mata
Segundo a ONU, mais de 300 parceiros locais e internacionais estão no terreno prontos para responder. Nos últimos meses, eles aumentaram e ajustaram suas ações para tal, mas precisam urgentemente de mais apoio para evitar que a situação se deteriore. A situação é recorrente. Em 2011, a fome matou mais de 250 mil pessoas na Somália, principalmente porque a comunidade internacional foi muito lenta na resposta à crise. Para completar, o acesso humanitário permanece um desafio enorme na Somália, devido à violência e à insegurança reinantes. Algumas regiões permanecem acessíveis apenas por via aérea, o que dificulta a chegada de ajuda aos somalis. Um total de US$ 825 milhões é necessário para evitar que a fome de 2011 se repita. Segundo as Nações Unidas, os doadores movimentaram-se rapidamente para prometer fundos adicionais com o objetivo de aumentar a ajuda.
Fonte: Rede Mundo.