Os pesquisadores chineses estão realizando estudos epidemiológicos sobre os primeiros casos e as condições de um mercado de frutos do mar na cidade de Wuhan, onde o vírus foi identificado pela primeira vez no país.
Uma equipe internacional de especialistas foi formada para realizar os estudos da fase 2.
“Esperamos ter uma equipe no local. Precisamos de ser capazes de fazer com que a equipe internacional se junte aos nossos colegas chineses, vá até o local e analise os resultados desses estudos da fase 1”, disse o especialista em emergências da OMS, Dr. Mike Ryan, em uma coletiva de imprensa.
O mercado em Wuhan “foi provavelmente um ponto de amplificação” da transmissão do vírus, mas ainda não se sabe se foi por disseminação humana, animal ou ambiental, disse Ryan, acrescentando que houve casos que precederam a esse evento.
Segundo Ryan, pode haver mais de um caso de paciente zero, devido à possibilidade da existência de diferentes estirpes do vírus.
Cada vez mais constatamos que o vírus foi identificado em muitos países diferentes, disse ele.
Um estudo recente do Instituto Nacional do Câncer da Itália sugeriu que a Covid-19 estava circulando na cidade italiana de Milão desde setembro de 2019, três meses antes de ter sido detetado pela primeira vez na China.
A OMS disse que está revisando os resultados da Itália e buscando esclarecimentos. A instituição entrou em contato com os autores do artigo “para discutir e providenciar análises adicionais às amostras disponíveis e para verificação dos resultados da neutralização”.
“Esses estudos acadêmicos deveriam fazer parte da busca pelas origens do vírus. Se pudéssemos combinar os esforços dos cientistas desses países e convocá-los a participar da investigação científica, poderíamos estar muito mais próximos da verdade sobre a origem do vírus”, disse Wang Guangfa, um especialista em doenças respiratórias do Primeiro Hospital da Universidade de Beijing, que esteve em Wuhan no estágio inicial do surto.
Wang acrescentou que o rastreamento liderado pela OMS deve ser realizado em qualquer país afetado pela pandemia, incluindo Itália, Espanha, e outros países europeus e os EUA.
Descobrir a origem do vírus não é uma questão política, mas científica. Convidar especialistas internacionais para a China demonstra a busca constante da China pela origem do vírus, enfatizou.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, e outros altos funcionários informaram os 194 estados membros da OMS na semana passada sobre o progresso da investigação.