No Peru, uma média de 8 mulheres por dia estão desaparecendo durante a pandemia de coronavírus. Na quarentena, mais de 900 mulheres, entre crianças e adolescentes, sumiram nos três meses e meio do isolamento que o país promove em todo o seu território. Lá, o feminicídio está em alta.
As informações são da Defensoria do Povo, nesta segunda-feira (27), que ainda disse que houve um aumento em comparação com números anteriores, uma vez que o desaparecimento de mulheres é um problema endêmico no Peru.
A ouvidoria afirma que antes do confinamento, eram relatados em média cinco casos por dia, mas o número subiu para oito durante a crise de saúde, diz a publicação no G1.
Dentre todos os casos quantificados, meninas e adolescentes desaparecidas excedem os 70%, o que pode ser ainda maior devido a falta de registros policiais.
ONGs feministas dizem que promotores não investigam estes casos e dizem que as mulheres saem pela própria vontade.
Além disso a polícia ignora o alto número de feminicídios, tráfico de seres humanos e prostituição forçada no país, argumentam representantes das organizações em favor das mulheres.
Um exemplo disso: o corpo de Solsiret Rodríguez, estudante universitária e ativista contra a violência de gênero, foi encontrado mutilado em Lima.
Ela estava desaparecida desde 2016 e as autoridades não demonstravam preocupação.
Em 2 meses da quarentena no Peru ocorreram 12 feminicídios e outras 26 tentativas, 226 meninas e adolescentes foram vítimas de abuso sexual e 27.997 denúncias de violência doméstica foram realizadas por telefone.
—